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Mostrando postagens com o rótulo ditadura militar

CIA: Geisel centralizou política de execução de "subversivos"

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Carta Capital Segundo memorando da inteligência dos EUA, o ditador manteve a ordem de assassinato de opositores do regime instituída pelo antecessor Emilio Médici CPDOC Por ordem de Geisel, Figueiredo decidia quem era "perigoso" e deveria morrer Um memorando da CIA datado de 11 de abril de 1974 revela que o ditador Ernesto Geisel autorizou a manutenção da “política de execuções sumárias” iniciada por seu antecessor, Emilio Garrastazu Médici. Os alvos eram opositores do regime, os "subversivos". Sob Geisel, a coordenação das ações foram centralizadas no Palácio do Planalto, por meio do Serviço Nacional de Informação, comandado por João Baptista Figueiredo, mais tarde sucessor de Geisel na presidência da República. Cabia a Figueiredo decidir se um preso pelos órgãos de repressão do Estado era "perigoso" e deveria morrer. O documento foi encontrado por Matias Spektor, professor de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas, e

Intervenção no Rio: O Brasil acordou hoje bem mais perto de uma ditadura militar

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Por  RENATO ROVAI * Um carnaval ensurdecedor em que fica clara que a correlação de forças no país mudou a favor do campo progressista. E de forma avassaladora no Rio de Janeiro, cartão postal do país. Um governador do mesmo partido do presidente da República fazendo o jogo de que perdeu o controle das forças de segurança em combinação perfeita com a Rede Globo de Televisão. E puft: numa certa manhã você acorda com uma intervenção militar. Mas aí algum sabichão vai te dizer, ela foi só no estado do Rio de Janeiro e o PT também colocou o Exército nas ruas. Ignore-o, porque como dizia o Cristo, eles não sabem o que falam. Ou na outra hipótese, sabem tanto que estão fazendo o jogo da direita mais truculenta do país. Desde a promulgação da Constituição de 1988 que um general, neste caso Walter Souza Braga Netto, não assume o controle de um estado no Brasil. E isso se estenderá, segundo o decreto, pelo menos até o dia 31 de dezembro deste ano. Mas o que está por trás disso?

Nestes tempos medonhos, que a memória traga esperança

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por Magali do Nascimento Cunha   Na Carta Capital Recomenda-se ao cantor Zezé di Camargo, segundo quem “não vivíamos numa ditadura”, conhecer a história do pentecostal Manoel da Conceição Santos Santos: brutalmente torturado durante a ditadura A propósito da coluna da semana passada, publicada no dia 7 de setembro, sobre a história de evangélicos que perderam a vida durante a ditadura civil-militar, recebi muitos comentários. Foram elogios pela narrativa, surpresas com o histórico, indagações sobre outros perseguidos, crítica à inclusão de nomes não reconhecidos como evangélicos e condenação dos “neopentecostais” que não aparecem na lista por conta de seu conservadorismo. Importa destacar que esta memória está contida no Volume II do relatório da Comissão Nacional da Verdade (2014), acessível pela internet. De fato, os chamados “neopentecostais” não poderiam ser mencionados, uma vez que não existiam naquele período. Não na forma como são reconhecidos hoje: presenç

O golpe de 1964 e a instauraçao do regime militar

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Na madrugada do dia 31 de março de 1964, um golpe militar foi deflagrado contra o governo legalmente constituído de João Goulart. A falta de reação do governo e dos grupos que lhe davam apoio foi notável. Não se conseguiu articular os militares legalistas. Também fracassou uma greve geral proposta pelo Comando Geral dos Trabalhadores (CGT) em apoio ao governo. João Goulart, em busca de segurança, viajou no dia 1 o   de abril do Rio, para Brasília, e em seguida para Porto Alegre, onde Leonel Brizola tentava organizar a resistência com apoio de oficiais legalistas, a exemplo do que ocorrera em 1961. Apesar da insistência de Brizola, Jango desistiu de um confronto militar com os golpistas e seguiu para o exílio no Uruguai, de onde só retornaria ao Brasil para ser sepultado, em 1976.   Antes mesmo de Jango deixar o país, o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, já havia declarado vaga a presidência da República. O presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu interin

Morre dom Paulo Evaristo Arns, ícone progressista da igreja no Brasil

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Fabio Braga/Folhapress PEDRO DEL PICCHIA ESPECIAL PARA A FOLHA Morreu nesta quarta-feira (14), na capital paulista, o arcebispo emérito de São Paulo, cardeal dom Paulo Evaristo Arns, 95. Ele estava internado no Hospital Santa Catarina desde o último dia 28 com problemas pulmonares. Nesta semana, havia sofrido uma piora em sua função renal e estava na UTI. A morte ocorreu por volta das 11h45. Ao longo da vida, o frade franciscano Paulo Evaristo Arns recebeu muitos epítetos. Foi chamado de cardeal da liberdade, bispo dos oprimidos, cardeal dos trabalhadores, bispo dos presos, bom pastor, cardeal da cidadania, guardião dos direitos humanos e tantos outros. Mas já ao final da vida, quando lhe perguntaram como gostaria de ser lembrado, deu uma resposta singela: "amigo do povo". Como padre, bispo e cardeal, lutou pela liberdade, ficou ao lado dos trabalhadores e dos oprimidos, combateu em defesa dos direitos humanos, mas foi, sobretudo, exatamente como go

DILMA FALA EM 'GOLPE' E EM 'INVENÇÃO DE MOTIVOS'

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A presidente Dilma Rousseff fez nesta quarta (16) um duro discurso contra o processo de impeachment; ela afirmou que a iniciativa é "golpe" porque não há motivos para afastá-la do Palácio do Planalto; Dilma lembrou ainda o período da ditadura militar, ao afirmar que o Brasil vive um momento de "batalha", que "ditará os rumos do país por muito tempo"; "A Constituição brasileira prevê sim esse processo. O que ela não prevê é a invenção de motivos. Isso não está previsto em nenhuma Constituição", afirmou ela durante discurso na 3ª Conferência Nacional da Juventude; "Aqueles que tentam interromper um mandato popular conquistado legitimamente nas urnas não conseguem encontrar uma razão consistente para seus atos de tentar interromper o meu mandato. E é a falta de razão que nós chamamos de golpe", completou 247 - A presidente Dilma Rousseff fez nesta quarta-feira (16) um duro discurso contra o processo de impeachment. Ela afirmou q

“Por que não mataram todos em 1964?”

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Por Leonardo Sakamoto http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br Um aluno me perguntou, tempos atrás, se eu não achava exagero tanta gente falar sobre o golpe de 1964. Em sua opinião (“Já deu, né?''), o assunto é chato e ele e seus amigos não aguentam mais. Além disso, era muita história triste e isso cansava. (Ainda bem que era só um futuro jornalista. Nada com o qual devemos nos preocupar.) É claro que a história poderia ser contada e analisada de uma maneira mais interessante do que é feito hoje, tanto por muitas escolas quanto pela mídia. A fim de que crianças e adolescentes sejam levados a compreender qual a utilidade de se conhecer os caminhos já trilhados pelos que vieram antes deles para não repetir os mesmos erros. Perceber que o mundo não começa com seu nascimento, nem vai se exaurir com a sua morte. O golpe e a ditadura cívico-militar ainda são temas que não fazem parte de nosso cotidiano em comparação com outros países que viveram realida

Marília Arraes propõe projeto para mudar nome de ruas que homenageiam líderes da ditadura militar

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Do  NE10 Projeto é parecido com um que foi aplicado recentemente no Maranhão, onde dez escolas que faziam homenagem a personalidades que constam no Relatório Final da Comissão da Verdade terão os nomes modificados. Foto: divulgação. A vereadora do Recife pelo PSB Marília Arraes apresentou à Câmara Municipal um projeto que pretende mudar nomes de ruas da capital pernambucana que fazem referências a integrantes e lideranças da ditadura militar no Brasil (1964/1985). O projeto da socialista é semelhante a um que já havia sido apresentado em 2012, mas que precisou ser substituído por questões regimentais. No novo texto, o projeto de lei 040/2012 pretende remover das ruas, logradouros e equipamentos públicos os nomes de personagens como os ex-presidentes Artur da Costa e Silva (cujo mandato foi de 1967 a 1969) e Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). LEIA TAMBÉM: >> Marília Arraes não alivia nem no dia do aniversário de Geraldo Julio e critica Rua da Aurora >&

O tempo das vacas magras

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Por Dário Gomes* É com imensa alegria que pego este papel e lápis para escrever estas mal traçadas linhas, com o único objetivo de enviar-lhe notícias minhas para então poder conhecer ou saber de vossas notícias através da resposta que me enviares. E assim se escreviam cartas aos parentes distantes, o início já era decorado e o corpo da mensagem, muito claro e objetivo, não tinham sequer sombras de quaisquer que seja acusação contra o regime que, desde março de 1964, havia sido implantado no Brasil. Nossa família composta de cinco pessoas, havíamos ido morar no interior do estado de São Paulo, e por dez anos por lá vivemos. Todos trabalhavam, meu pai era tecelão, minha mãe vendia, porta a porta, produtos da Avon e Christian Gray, minha irmã trabalhava em uma fábrica clandestina de bolas de ar, eu e meu irmão éramos jornaleiros. O que ganhávamos, mal dava para o sustento familiar. O Brasil estava entrando numa das fases mais difíceis de sua história. Na década de 70, auge

VERISSIMO CONTESTA TESE DOS 'DOIS LADOS' NA DITADURA

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Num artigo sensato e corajoso, o escritor Luis Fernando Verissimo contesta a tese que se alastrou entre os veículos de comunicação conservadores, todos apoiadores do regime militar de 1964, de que a Comissão Nacional da Verdade deveria ter igualado os crimes cometidos por agentes do Estado aos atos de violência ligados à esquerda revolucionária; 'Não aceitar a diferença entre a violência clandestina de contestação a um regime ilegítimo e a violência que arrasta toda uma nação para os porões da ditadura é desonesto", diz Verissimo Do 247 Logo depois que a Comissão Nacional da Verdade apresentou seu relatório final, na semana passada, apontando os nomes de 377 agentes do Estado brasileiro que cometeram crimes contra a humanidade, durante o regime militar, alastraram-se editoriais, nos veículos de comunicação conservadores, todos apoiadores do regime, sobre a parcialidade da CNV. Segundo os Marinho, os Frias e os Mesquita, era necessário também condenar os responsávei

Fernanda Montenegro: "Fui ameaçada de morte. O medo e a coragem nos alimentaram"

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Fernanda Montenegro: ‘O medo e a coragem nos alimentaram. Fomos audaciosos’. Atriz, de 84 anos, conta que foi ameaçada de morte e, dias mais tarde, uma bala estilhaçou a janela de seu quarto Por Fernanda Montenegro Penso que também para muitos de nós da área cultural não é fácil lembrar o golpe de 1964 porque, nos anos que se seguiram, a perda da liberdade de se expressar chegou às raias da total crueldade, da total boçalidade e da criminalidade. Uma censura cavalar na sua trindade de forças: a federal, a estadual e a municipal. Durante 20 anos ficamos entregues ao jogo sádico desses inúmeros funcionários ou nomeados, ditos censores. Pois a cada momento, em cada cidade, tudo poderia ser alterado ou proibido. Qualquer petição, qualquer pedido de revisão, só em Brasília. A atriz Fernanda Montenegro (Reprodução) Quando da proibição da peça “A volta ao lar,” de Harold Pinter, em São Paulo (apesar de a mesma já ter sido apresentada no Rio por dez meses), o coronel, e