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O que acontece se Bolsonaro decidir não desocupar o Palácio da Alvorada?

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LEONARDO SAKAMOTO UOL Militantes de extrema direita que defendem um golpe de Estado pedem que Bolsonaro não desocupe o Palácio da Alvorada para a entrada de Lula. Mas apesar do golpismo, dos chiliques, da pirraça e da depressão, nada indica que ele vá passar a suprema vergonha de fincar o pé na residência oficial da Presidência da República tendo perdido a eleição. Até porque o embaraço não seria para Luiz, mas para Jair e sua própria família. Por enquanto, mesmo com um caminhão de mudança tendo sido avistado no Palácio da Alvorada e presentes pessoais já terem sido transportados para fora, como estátuas de Jair de gosto duvidoso, o presidente faz silêncio sobre a sua saída do local onde celebrou cultos, atacou jornalistas e assediou emas com caixas de cloroquina. Em uma transição normal de poder, o eleito já teria sido convidado pelo atual para visitar as dependências da nova casa junto com suas esposas. Não foi o caso. Como Lula já sabe o caminho para buscar um copo de leite de madr

Surto de coronavírus lembra racismo e xenofobia contra orientais no Brasil

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Por Leonardo Sakamoto Hong Kong determina fechamento de todas as escolas para  conter disseminação do coronavírus Imagem: Foto: Kevin Frayer/Getty Uma estudante de Direito denunciou ter sido vítima de racismo e xenofobia por uma passageira do metrô do Rio de Janeiro, neste sábado (1). "Essa mulher esperou eu me dirigir para a porta do vagão para gritar 'olha lá a chinesa saindo, sua chinesa porca', 'nojenta' e 'fica aí espalhando doença para todos nós'", postou Marie Okabayashi no Twitter, com um vídeo da agressora. O surto do novo coronavírus veio acompanhado de outro, de xenofobia e racismo contra chineses e orientais. Histórias de pessoas que, por terem os olhos puxados, sofreram preconceito em espaços públicos, mesmo estando sãs, avolumam-se em vários países. Na França, relatos podem ser lidos na hashtag #JeNeSuisPasUnVirus - "NãoSouUmVírus". O preconceito e o ódio contra o estrangeiro se aliam à discriminação devido a car

Collor surtou por depoimento de um motorista; Bolsonaro, de um porteiro

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Redação Pragmatismo Bolsonaro surtou. A reação foi inesperada mesmo para alguém que vive da excitação de seus seguidores no intuito de garantir uma constante guerra política. O depoimento sincero de um motorista fez um outro presidente surtar e se tornou peça fundamental  para o seu declínio Bolsonaro em live do Facebook (reprodução) Leonardo Sakamoto* Bolsonaro surtou. Não há definição melhor para descrever o comportamento do presidente da República, durante uma live realizada na Arábia Saudita, após ver seu nome mencionado na investigação sobre a execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. De acordo com reportagem do Jornal Nacional , desta terça (29), a portaria do condomínio do presidente registrou a entrada de um dos acusados de envolvimento no crime, que teria afirmado que visitaria a casa de Bolsonaro, mas acabou indo para a residência de outro acusado – vizinho do presidente. Isso ocorreu no dia das mortes, 14 de março de 20

Desemprego bate recorde, mas Bolsonaro prefere investir em guerra cultural

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Divulgados nesta terça pelo IBGE, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) são alarmantes. Mas governo ignora e prefere investir em guerra cultural Jair Bolsonaro e Paulo Guedes (Imagem: Marcos Corrêa | PR) Leonardo Sakamoto* A população desocupada atingiu 13,4 milhões de brasileiros (12,7%) no trimestre entre janeiro de março de 2019 em comparação aos 12,2 milhões (11,6%) entre outubro de dezembro de 2018. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça (30), pelo IBGE. A taxa de subutilização da força de trabalho atingiu o recorde da série histórica iniciada em 2012, com 25% de pessoas sem trabalho ou querendo trabalhar mais, mas não conseguindo serviço. Isso representa um total de 28,3 milhões – um crescimento de 5,6% em relação ao trimestre anterior. Jair Bolsonaro  não é diretamente responsável pelo aumento no desemprego, uma vez que uma política para gerar postos de trabalho levam mais tempo

Bolsonaro critica militares de seu governo pela boca de Olavo de Carvalho

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Leonardo Sakamoto Olavo de Carvalho atacou novamente os militares que fazem parte da cúpula do governo Jair Bolsonaro. Mas, desta vez, o vídeo foi publicado no próprio canal do presidente da República no sábado (20), sendo apagado apenas no dia seguinte . Mesmo que o vereador Carlos Bolsonaro tenha acesso às contas de redes sociais do pai, o presidente havia dito que as postagens têm 100% de sua concordância. Ou seja, ele deve concordar que “os milicos têm que começar por confessar os seus erros antes de querer corrigir os erros dos outros” – uma das frases do escritor e polemista no vídeo. Não é novidade o descontentamento de Bolsonaro com seu vice, general Hamilton Mourão, que tem adotado uma linha mais pragmática, racional e madura do que ele, o que atrai a simpatia de parte da elite política e econômica. Isso tem gerado conflitos com a ala de extrema direita de seu governo e o seu guru, Olavo de Carvalho. A menos que venha a público um pedido de desculpas pelo

Bolsonaro prepara celebrações para os 55 anos do golpe de 64

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Redação Pragmatismo Bolsonaro tenta reescrever o passado e ordena o retorno da celebração em batalhões e quartéis da deposição de um presidente e da implementação de um regime que matou, torturou, estuprou, cassou, roubou (e muito), perseguiu e sumiu com pessoas, negando a democracia ao país por 21 anos Jair Bolsonaro (Imagem: Marcos Corrêa | ABr) Por Leonardo Sakamoto* Após reunião com seus principais assessores, Jair Bolsonaro teria afirmado, nesta segunda (25), que era hora de pacificar a relação entre o Executivo e o Legislativo em nome da Reforma da Previdência. Logo depois, voltou à carga contra Rodrigo Maia, publicando, em sua conta no Twitter, a opinião de um jornalista que criticou o presidente da Câmara dos Deputados e defendeu seu filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio e responsável pelas redes sociais do pai – não necessariamente nessa ordem. O próprio Carlos, sem citá-lo diretamente, também criticou Maia, que havia dito que Bolsonaro deveria gastar

Deputado que relatar Reforma da Previdência pode cometer suicídio político

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Por Leonardo Sakamoto Foto: Marcos Correa/PR Um bom termômetro para sentir a aceitação da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados é a briga campal para poder ficar com a sua relatoria. Você ouviu a respeito? Não? Bem, é porque ela não existe. A maioria dos deputados federais em sã consciência não aceitaria, hoje, relatar a Reforma da Previdência porque significaria um suicídio político devido ao duro conteúdo da proposta, à falta de articulação por parte do governo e ao ambiente tóxico criado pela crise entre o Congresso e o Palácio do Planalto. Um deputado tucano, que falou de forma reservada ao blog, traçou um paralelo. Lembrou que dois de seus correligionários foram os relatores da Reforma Trabalhista na Câmara e no Senado Federal – respectivamente, Rogério Marinho (PSDB-RN) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES). Ambos não conseguiram se reeleger e culparam o PT e sindicatos pela imagem de que a reforma que lideraram retirou direitos. Marinho é, hoje, secretário de P

SAKAMOTO: TEMER QUER COMPRAR VOTO DE DEPUTADO COM DINHEIRO QUE AINDA NÃO EXISTE?

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Jornalista Leonardo Sakamoto reforça que "Michel Temer está propondo distribuir R$ 10 bilhões que ainda não existem, oriundos de uma eventual economia obtida da mudança nas aposentadorias, para bancar a compra de votos de deputados no intuito de ajudar a aprovar a própria Reforma da Previdência"; "Se o governo foi capaz de rifar o combate ao trabalho escravo, publicando uma portaria que dificultava o resgate de pessoas, a fim de ajudar a salvar o pescoço presidencial de denúncias criminais no âmbito da Lava Jato, imagina-se o que ele é capaz de fazer neste mês de fevereiro, quando irá para o tudo ou nada" 247 - Jornalista Leonardo Sakamoto reforça que "Michel Temer está propondo distribuir R$ 10 bilhões que ainda não existem, oriundos de uma eventual economia obtida da mudança nas aposentadorias, para bancar a compra de votos de deputados no intuito de ajudar a aprovar a própria Reforma da Previdência". De acordo com reportagem na Folha, os valore

Ódio e intolerância no Brasil e nos EUA

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Por Leonardo Sakamoto, em seu  blog : Tanto a eleição presidencial brasileira de 2014 quanto o recente pleito que escolheu Donald Trump presidente dos Estados Unidos podem ser vistos como momentos nos quais a frágil costura dos plurais e contraditórios retalhos sociais de ambos os países se rompeu. Como detesto esse linguajar de sociólogo de botequim, traduzo para o vernáculo: momentos que deu ruim. O ódio e a intolerância não foram criados nessas horas, mas fermentam há muito tempo, talvez desde sempre, nessas que ''foram'' as duas maiores sociedades escravistas modernas. E que seguem seus genocídios de jovens pobres e negros pela ação direta ou pela anuência do Estado. A incapacidade de colocar-se no lugar do outro e entender que ele merece a mesma dignidade que sonhamos pra nós mesmos esteve sempre presente. Mas não estava distribuída pela internet, conectada pelas redes sociais ou amplificada pela popularização de smartphones. Na última campanha p

Temer discute cobrar INSS de aposentados

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Por Leonardo Sakamoto, em seu  blog : Se a equipe responsável por desenhar a Reforma da Previdência confirmar que o governo federal deve propor a possibilidade de cobrança de contribuição ao INSS de todos os aposentados, teremos algumas comprovações – isso, é claro, se ainda restar um país depois dos protestos causados pela aprovação dessa medida. Primeiro, ficará comprovado que o governo Michel Temer acha que desiguais, ricos e pobres, devem ser tratados de forma desigual. Não como deveria ser, com os trabalhadores sendo mais protegidos pelo Estado por sua condição de vulnerabilidade econômica e social. Mas com as pessoas que dependem do INSS mensalmente para sobreviver, ou seja, a camada mais pobre da sociedade, tendo que voltar a contribuir com a Previdência para ajudar nas contas do país. Enquanto isso, o governo evita discutir a taxação de dividendos recebidos de empresas (como acontecia antigamente e como é feito em todo o mundo), a fazer uma alteração decente na tabela

Quero um Brasil igual ao do discurso de Temer nas Nações Unidas

Por Leonardo Sakamoto  Escolhi dez trechos do discurso de Michel Temer, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, nesta terça (20) , traçando alguns breves comentários sobre eles: 1) ''Queremos para o mundo, o que queremos para o Brasil: paz, desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos humanos.'' Meu comentário – Por isso, numerosos parlamentares de sua base no Congresso Nacional estão doidos para mudar a legislação a fim de dificultar a demarcação de territórios de indígenas e comunidades tradicionais. E outros tantos querem alterar o conceito de trabalho escravo contemporâneo vigente no artigo 149 do Código Penal Brasileiro para livrar da cadeia um naco dos empresários que sobrepõem a busca do lucro à dignidade humana. 2) ''Queremos um mundo em que o direito prevaleça sobre a força.'' Por isso o seu ministro da Justiça e (ex)secretário de Segurança Pública de São Paulo Alexandre de Moraes – acusado de ser responsável

Nesta crise, não dê dinheiro aos ricos. Isso os torna vagabundos

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Por Leonardo Sakamoto Os 10% mais rico da força de trabalho brasileira aumentou sua renda de 2015 para cá enquanto a metade mais pobre diminuiu. É o que aponta um levantamento realizado pela Universidade de São Paulo . Com isso, a desigualdade cresceu, ao contrário do que aconteceu entre 2001 e 2014, quando ela recuou pelo fato da massa da renda dos trabalhadores mais pobres ter crescido mais do que a dos mais ricos. Traduzindo em português, nessa crise, como em todas as crises, a ralé rodou. Nesse contexto, o governo interino de Michel demonstra um carinho grande com o andar de cima ao propor o limite de gastos com educação e saúde (que afeta o povaréu) e evitar medidas que tirem uma pequena lasca dos mais ricos. Por exemplo, a taxação de lucros e dividendos recebidos de empresas e uma alteração decente na tabela do Imposto de Renda – criando alíquotas de 35% a 40% para cobrar mais de quem ganha muito e isentando a maior parte da classe média. Ou a regulamentação de u