Como militares ganharam protagonismo inédito no Brasil desde a redemocratização
Luiza Franco e Fernanda Odilla Da BBC Brasil em São Paulo e Londres MARCOS CORRÊA/AGÊNCIA BRASIL - Protagonismo militar aumenta à medida que a crise do sistema político se agrava Era uma sexta-feira, o quinto dia da greve dos caminhoneiros. A crise de abastecimento se agravava. Nos postos de gasolina, as filas cresciam. Nos supermercados, prateleiras de produtos não perecíveis estavam vazias. Os caminhoneiros haviam ignorado o acordo anunciado pelo governo. Foi nesse clima que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, anunciou, naquela noite, que o presidente Temer entregaria a tarefa de liberar as rodovias bloqueadas às Forças Armadas. Através de um decreto, lançando uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o governo determinava uma missão militar com atuação em todo o território nacional, coordenada pelo general Sergio Etchegoyen, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional). A partir daí, coube a um almirante, Ademir Sobrinho, chefe do Estado