O novo autoritarismo não usa fardas. Usa Wi-Fi

Vivemos tempos em que o autoritarismo trocou as botas pelos bytes. Já não ouvimos mais o barulho de tanques nas ruas, mas sentimos o silêncio ensurdecedor da manipulação digital. O controle não precisa mais se impor à força quando pode se infiltrar sutilmente por meio de algoritmos, fake news e uma indiferença que anestesia consciências. A história já nos ensinou a desconfiar do poder que se mostra com bravatas. Mas agora, ele se disfarça. Aparece como neutralidade em plataformas sociais que escolhem o que você vê, como memes supostamente inofensivos que distorcem verdades, como manchetes fabricadas para inflamar ódios e dividir. O novo autoritarismo não censura diretamente — ele desinforma até que não saibamos mais no que acreditar. Ao mesmo tempo, cresce uma apatia perigosa. A descrença na política, a banalização da mentira e a cultura do "tanto faz" abrem caminho para a manipulação. Quando deixamos de nos importar, deixamos de resistir. E quando deixamos de resistir, ab...