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Impedir o golpe é uma questão de cárater

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Por Paulo Moreira Leite, em seu blog Em três meses fora do Planalto, Dilma Rousseff consumou uma vitória essencial para o futuro de nossa democracia, ao ganhar o debate político sobre a natureza de seu afastamento. Numa virada respeitável, a situação pode ser resumida assim: para além do círculo de políticos, empresários, meios de comunicação e jornalistas diretamente interessados numa derrota histórica do projeto político construído em torno de Luiz Inácio Lula da Silva, pode-se dizer que não há quem não esteja convencido, dentro e fora do país, de que sua saída da presidência representa um golpe de Estado, inaceitável pela própria natureza. Iniciado na última quinta-feira, o confronto entre testemunhas de acusação e defesa completou com vários detalhes técnicos o desmonte das principais teses dos adversários construídas para justificar o afastamento. Para completar, a presença de Dilma no Senado, na segunda-feira, 29 de agosto, marcou um momento de histórico. A presidente

A hora da escolha, por Paulo Moreira Leite

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Hoje, no final da votação do pedido de impeachment, o Brasil estará diante de um novo destino – cujo traçado final será resolvido pelos 513 deputados federais. Não será um desenho definitivo, até porque a história é um movimento perpétuo, que admite avanços e retrocessos, que refletem as insondáveis motivações da luta política e da alma humana. Se, como acredito, a tentativa de encerrar o mandato de Dilma for derrotada, a principal instituição de uma democracia – o respeito pelo voto popular – terá sido preservada. Terá sido reaberto, assim, o caminho para a reconstrução de um governo destroçado pela combinação perversa de erros graves cometidos por seu núcleo dirigente com a feroz atividade golpista de adversários. Antes mesmo do início do segundo mandato, obtido nas urnas de outubro de 2014, estes já se mostravam capazes de mobilizar parcelas inteiras do poder econômico e político, aí incluído setores inteiro da cúpula do Estado, para vencer um governo que não foram cap

Promotores do MP-SP não têm provas contra Lula

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Por Paulo Moreira Leite Repudiada inclusive pela oposição, em função de seu caráter precário, o absurdo pedido de prisão preventiva de Luiz Inácio Lula da Silva formulado pelo Ministério Público de São Paulo é expressão de uma fraqueza maior, exibida pela própria denúncia. Com 179 páginas, ela não consegue dar conta do problema fundamental para sua tese --provar que Lula e sua mulher, Marisa, são os verdadeiros proprietários de um apartamento no edifício Solaris, no Guarujá. Já era possível suspeitar dessa fraqueza Isso se confirmou agora. Para quem acusa Lula de ocultar patrimônio, é preciso demonstrar o básico: explicar por que se deve acreditar que o imóvel lhe pertence. A forma usual para fazer isso seria um registro do imóvel em seu nome. Não há. Outro caminho seria apresentar um contrato de gaveta, que poderia indicar que Lula teria usado um laranja para esconder a posse real do imóvel. Não há. O que sobra então? Os promotores citaram vários funcionários

Jarbas, o inocente, por Paulo Moreira Leite

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O veterano deputado Jarbas Vasconcelos começou mal sua campanha para disputar o lugar de Eduardo Cunha na presidência da Câmara de Deputados.  Jarbas fez parte da campanha que elegeu o próprio Cunha -- em primeiro turno -- no início do ano e apenas dez meses depois essa decisão se tornou uma tremenda dor de cabeça. Em entrevista à Folha, Jarbas tentou explicar o apoio a Cunha nos seguintes termos:  -- Eu votei nele porque a informação que eu tinha é que ele era um lobista, mas ele é muito mais que isso, é um corrupto comprovado. O problema não é de batom na cueca, é de batom na roupa toda. Votei nele para não ter um petista. Se eu tivesse o mínimo de informação do que ele fazia na Câmara...  Aos 72 anos de idade, o discurso da inocência não combina com Jarbas Vasconcelos. Trata-se de um político veterano e experimentado. Acumulou quatro mandatos de deputado federal. Foi governador de Pernambuco por um mandato, uma vez senador e duas vezes prefeito do Recife. Também teve um

PML: PROTESTOS DE HOJE MERECERÃO DEBOCHE AMANHÃ

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"Não existe, em nossa época, iniciativa mais ridícula do que atacar um regime democrático nem tentação mais vergonhosa do que tentar derrubar os poderes soberanos do povo", diz Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; "Um mal disfarçado projeto golpista, que reflete a incapacidade de conviver com a vontade expressa da maioria, retira dos atos de hoje qualquer fiapo de pretendida dignidade", afirma; "As conspirações anti-democráticas devem ser denunciadas e combatidas sempre mas podem levar semanas, durar meses ou prolongar-se por anos. anos. O ideal é que sejam derrotadas de imediato"; leia a íntegra Por Paulo Moreira Leite Lembrando da malfadada Marcha com Deus pela Família e pela Liberdade, que ajudou a derrubar João Goulart, três décadas atrás, é justo perguntar quando o país começará a dar gargalhadas dos protestos contra a democracia programados para hoje. Explico. Não existe, em nossa época, iniciativa mais ridícula do que ata

FALTA ENERGIA E FALTA DE VERGONHA

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por Paulo Moreira Leite Não dá para falar no perigo da falta de energia sem debater quem fez campanha permanente contra hidroelétricas É inacreditável. Os cortes de energia ocorridos nos últimos dias têm sido usados por economistas e observadores ligados à oposição para sua revanche diante dos benefícios obtidos pela população mais pobre nos últimos anos e tentar desgastar o governo. O argumento é sentimental: dizer que ocorreu uma grande ampliação do consumo, em particular de eletro-domésticos, mas lamentar em tom lacrimoso que não houve um aumento correspondente na oferta de energia. O truque é esconder o que ocorreu com nossa oferta de energia — e quem é responsável pelo que acontece agora. Não estamos falando de um episódio que aconteceu ontem ou na semana passada nem há dois anos, mas de uma política de décadas. Qualquer que seja a causa real para os cortes de energia dos últimos dias, a verdade é que o país estaria em situação muito mais segura e confortáve