Bom dia! Dois eventos protagonizam a agenda desta quarta-feira: a votação da PEC da Transição no Senado e a decisão do Copom. De certa forma, nenhum deles promete muitas surpresas. É esperado que a PEC passe e que o banco central mantenha a taxa de juros em 13,75%. Ontem, o projeto da PEC foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e, agora, segue à análise de todos os senadores. O texto que avançou na comissão amplia o teto de gastos por dois anos para incluir o pagamento do Bolsa Família, liberando R$ 145 bi para além do limite estabelecido pela atual regra fiscal. É uma redução considerável, já que, antes das negociações, esse valor era de R$ 175 bi. Além disso, também foi reduzido o período de atuação da PEC, para apenas dois anos. Desta forma, o governo Lula deverá apresentar uma proposta para alterar o Teto de Gastos ou substituí-lo por outra regra até agosto de 2023. Já era esperado, inclusive para a equipe de transição, que a PEC fosse desidratada no processo de aprovação. Mesmo assim, sua aprovação na CCJ foi considerada a primeira vitória de articulação do governo Lula III. Agora, investidores ficam de olho no que vai rolar nas votações do Senado, onde 49 dos 81 senadores precisam votar a favor do texto para que ele passe. Em caso positivo, a PEC vai à votação na Câmara, na semana que vem, onde precisa de aprovação de três quintos dos deputados. O processo não promete surpresas porque todo mundo espera que a PEC seja aprovada – o que está em jogo são seus detalhes. De certa forma, o texto atual é menos caótico para o mercado do que o proposto inicialmente, já que preserva o teto, mesmo que expandido – uma das ideias do PT era excluir os gastos com o Bolsa Família e outros programas sociais de forma definitiva do teto, o que não foi para frente para alívio do mercado. A proposta também obriga o governo a aprovar algum tipo de regra fiscal no meio do mandato, o que é melhor que nada e sinaliza algum tipo de controle das contas públicas. Outro evento importante desta quarta-feira é a decisão do Copom. O comitê deve manter a taxa em 13,75%, sem surpresas; o que o mercado quer saber é se o Banco Central vai dar alguma atualização sobre o risco fiscal após toda a discussão da PEC e dos gastos extra-teto. E se vai dar pistas sobre por quanto tempo a taxa permanecerá no patamar atual. Enquanto isso, na gringa permanece o sentimento amargo. É que muita gente, incluindo os bancões americanos, passou a afirmar que o cenário econômico de 2023 é sombrio, e aí o mau humor tomou conta do pregão de ontem. Pelos índices futuros americanos, a noite de sono não foi suficiente para mudar o clima. A ver. Bons negócios. |
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