Dr. Paulo Lima* Eu não sei explicar direito, mas tem certos momentos na vida que, vez por outra, voltamos a um passado não muito distante e, viajando no tempo reavivamos lembranças que acreditávamos estarem adormecidas para sempre. Sei que alguns de vocês ainda não alcançaram esta idade, nem tampouco esta fase, mas o fato é que, depois dos cinquenta essas lembranças são cada vez mais constantes. É a velhice que começa a bater na minha porta, reconheço e, ao mesmo tempo, digo que a velhice não nos presenteia tão somente com as limitações próprias da idade; ela também nos concebe uma dádiva de Deus: a sabedoria. Não é o meu caso, obviamente, pois ainda não alcancei esta graça divina, apesar da idade. Mas, deixemos de tergiversar e vamos ao tema, objeto destas mal traçadas linhas. Dia desses fui a um aniversário de oitenta e nove anos de um amigo em nossa terrinha, Vertentes e, a certa altura da festa o cantor que estava animando o evento começou a interpretar algumas canções de