O “LATÃO” ERA DE LELA
Dr. Paulo Lima* Fazia Tempos que não caminhava pelas areias escuras da praia de Rio doce, aqui em Olinda. Algumas pessoas com mais de 80 anos, que tiveram oportunidade de conhecer a beira mar de Olinda, nos idos de 1950, contam que após Casa Caiada a praia era um imenso areal branco, com vários coqueiros e cajueiros; centenas e centenas de cajueiros que a vista não alcançava, tanto ao longo da praia, como em direção ao Oeste. Devia ser uma paisagem maravilhosa. Hoje, não. O que vemos é um imenso paredão de edifícios, que, a cada dia que passa tende a se entrelaçar e formar um bloco quase monolítico, sufocando as ruas e os bairros adjacentes. É o progresso e a especulação imobiliária, resultado da ganância das incorporadoras que não perdoam, sequer, resquícios desse passado, a exemplo de algumas construções, pequenas e simpáticas casas de alvenaria com terraços aconchegantes, que retratam uma época não muito distante e que estão desaparecendo para dar lugar a esses blocos de concreto