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Eleições: Metade da internet não quer entender o que lê. E a outra…

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Do Blog do Sakamoto*   É fácil escrever o que o senso comum deglute com facilidade e que está guardado nos instintos mais animais que não abandonamos nem com milhares de anos de convivência. Coisas do tipo: “Mata a vadia, mata!'' Difícil mesmo é redigir algo com a certeza absoluta de que apenas uma minoria vai ler até o final, embutindo uma provocação que gere uma reflexão ao final. Em um assunto considerado polêmico, boa parte das pessoas passa o olho de forma transversal em um texto, capta algumas palavras como “direitos humanos”/ “traficantes”/ “Estado” / “maioridade penal” / “aborto” / “evangélico” / “casamento gay'' / “Palmeiras” e sem nenhuma intenção de expor ideias ou debater, pinça um capítulo de sua Cartilha Pessoal de Asneiras e posta como comentário. É a vitória da limitada experiência individual sobre a necessidade coletiva, da emoção do momento sobre a racionalização necessária para que não nos devoremos a cada instante. Não existe observador independ

Guia rápido para não ser massa burra de manobra nas eleições – Parte 1

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Por Leonardo Sakamoto   http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br Nem bem o período eleitoral começou e as caixas de e-mails e timelines já estão coalhadas de maluquices, baboseiras, teorias conspiratórias, cascatas, invencionices e demais mimimis de causar vergonha alheia ao mais incapaz dos comediantes. Nunca entendi muito bem por que as pessoas acreditam piamente naquilo que recebem aleatoriamente. Será que entendemos o anonimato do que é apócrifo como uma espécie de “sinal” divino? Do tipo: “Senhor, dê-me os números vencedores do jogo do bicho!” – e, minutos depois, você interpreta uma foto de um pug com um chapéu de orelhas grandes, que chegou acidentalmente por e-mail, como resposta para apostar no “coelho”? Vai que, da mesma forma que o Altíssimo escreve certo por linhas tortas, ele também “emeia” justo por internet frouxa, não é? Temendo pela minha, a sua, a nossa sanidade mental diante da miríade de mentecaptos, sejam os mercenários pagos pelas

Lógica binária: nosso maior orgulho nacional

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por Leonardo Sakamoto* Criticou gastos para a Copa? Não gosta de futebol. Foi à rua protestar? Quer derrubar o governo. Elogiou uma ação do governo federal? Petralha. Comentou que uma política de São Paulo era boa? Tucanalha. É de esquerda? Tem que fazer voto de pobreza. É de direita? Chicoteia os empregados. Defendeu sem-teto? Se não levar para casa, é hipócrita. Torceu o nariz para o machismo? É bicha. Fumou maconha? Amanhã, vai fumar crack. Não tem Deus no coração? É do mal. Criticou a violência policial? Quer policiais mortos. Foi contra linchamento? É a favor de bandido. Não postou foto? Não esteve lá. (E se não deu like, é porque não é amigo.) Dançou animada na balada? Tá pedindo homem. Vestiu saia curta na rua? Tá pedindo homem. Sozinha no Carnaval? Tá pedindo homem. Reclamou da concentração de verba pública para uma emissora de TV? Não pode ver novela. É índio? Tem que andar nu e não ter carro. Fez gr