Deputados promovem novo debate sobre a segurança pública no Estado
DISCUSSÃO – Oposição abordou último balanço
sobre a violência e governistas destacaram ações
em favor da PM. Foto: Henrique Genecy
A segurança pública foi, mais uma vez, o assunto que concentrou os debates na Assembleia Legislativa durante a Reunião Plenária desta segunda (20). Citando números do último balanço da Secretaria de Defesa Social, os deputados Álvaro Porto (PSD) e Sílvio Costa Filho (PRB) ocuparam a tribuna para criticar a condução do tema pelo Governo do Estado. Já os parlamentares Isaltino Nascimento (PSB) e Ricardo Costa (PMDB) destacaram as últimas ações promovidas em favor dos profissionais do setor e rebateram críticas da Oposição.
Abrindo as discussões, Álvaro Porto abordou o levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Maurício Nassau, o qual teria apontado que 56,2% dos recifenses não pretendem participar das festas de Carnaval da Capital. O motivo, segundo 44,4% das pessoas desse grupo, seria o medo da violência. “A inoperância do Governo está fazendo com que o folião abandone sua paixão, a sua cultura”, alegou. Porto também criticou a postura da gestão estadual ao definir como “isolados” os assaltos ocorridos em prévias no último domingo (19), em Olinda, na Região Metropolitana do Recife.
Em aparte, o deputado Joel da Harpa (PTN) sugeriu que o Estado oriente os municípios a promoverem festas de menor porte. “É errado passar para a sociedade a imagem de que está tudo bem e colocar em risco a vida da população. Até porque há um sentimento dentro da corporação da PM de boicotar o trabalho durante o desfile do Galo da Madrugada”, advertiu. O parlamentar refere-se a um grupo de militares que se opõe ao Projeto de Lei Complementar (PLC) n° 1.166/2017, aprovado pela Assembleia na última semana.
A declaração foi censurada pelo líder do Governo, Isaltino Nascimento. “A quem interessa chantagear o povo pernambucano dizendo que não haverá Galo? Esse não é o sentimento da base, de quem faz a corporação”, alegou o deputado, criticando “aqueles que fazem o discurso fácil, apostando no quanto pior, melhor”.
Segundo Isaltino, foi acertada a decisão do Governo de negociar os termos do projeto de lei com o comando da Polícia Militar. “Houve um tempo no Estado em que os destinos da PM eram dirigidos por um pequeno grupo, e isso está sendo revertido. Nós estamos colocando a polícia no rumo, e os que não obedecerem à hierarquia serão punidos”, sentenciou.
Os deputados Lucas Ramos (PSB) e Zé Maurício (PP), em apartes a Isaltino, mostraram apoio ao Governo. “O projeto apresentado pelo Executivo veio resgatar a valorização da corporação, o respeito à hierarquia e melhorias nas condições de trabalho e de remuneração da categoria”, disse Ramos. “Pernambuco foi um dos únicos Estados a dar reajuste salarial a policiais, em um momento em que todos têm dificuldade de fechar a folha de pagamento”, acrescentou Zé Maurício.
Por sua vez, a deputada Socorro Pimentel (PSL) pediu que os parlamentares da Oposição sejam respeitados. “Nós temos responsabilidade com quem votou na gente, e posso afirmar que os aumentos de tropa anunciados pelo Governo não chegaram ao Sertão”, disse.
Em seguida, o líder da Oposição, Sílvio Costa Filho, destacou o crescimento de 34% no número de assassinatos no Estado. O índice refere-se à comparação entre janeiro deste ano e o mesmo mês de 2016. “Tivemos o janeiro mais violento dos últimos dez anos, com 479 homicídios e 148 estupros”, ressaltou o deputado, que criticou a decisão do Governo de trocar o comando da Polícia Militar dias antes do Carnaval. “Querer jogar a responsabilidade da crise da segurança pública para as associações é um grande erro”, acrescentou, referindo-se ao embate travado na corporação em torno do PLC.
“Não vou admitir que o Governo mande recado dizendo o que o deputado da Oposição deve fazer ou dizer”, pontuou, em aparte, a deputada Teresa Leitão (PT). Já o governista Waldemar Borges (PSB) discorda sobre a forma como a Oposição aborda a questão da segurança. “Ela pede a troca de comandos e, quando isso é feito, diz que não é o que vai resolver. É um conjunto de incoerências que mostra falta de norte”, exemplificou, também em aparte.
Vice-líder do Governo, Ricardo Costa foi à tribuna pedir responsabilidade da Oposição. “No passado, fazíamos oposição ao governo instalado com muito respeito, olhando os limites do que se pode dizer e como fazer. Devemos colocar as palavras ajuizadamente”, considerou. “O Governo de Pernambuco está lidando com o tema com muita competência, com coragem para modificar estratégias”, observou.
Em aparte, Eduíno Brito (PP) afirmou que “é preciso reformular o sistema de segurança no Brasil, chamando os municípios para a discussão”. Por fim, Priscila Krause (DEM) criticou “a estratégia de comunicação adotada pelo Estado e reproduzida por alguns colegas, de desqualificação dos interlocutores que discordam do posicionamento do Governo”.
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