Demissão de Moro: leia análises de colunistas e articulistas do 'Estado'
Saída do ex-juiz da Lava Jato do governo de Jair Bolsonaro tem implicações jurídicas e eleitorais
Redação, O Estado de S.Paulo
O ex-juiz Sérgio Moro pediu demissão nesta sexta-feira, 24, do Ministério da Justiça com um discurso contundente o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência. “O presidente me quer fora do cargo”, disse Moro, ao deixar claro que a saída foi motivada por decisão de Bolsonaro.
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Sérgio Moro anuncia saída do Ministério da Justiça
Foto: Gabriela Biló/Estadão
Confira a opinião de colunistas e analistas do Estado:
Fausto Macedo e Andreza Matais: Moro atira no coração de Bolsonaro
Desprestigiado e desautorizado, com a demissão do diretor geral da PF Maurício Valeixo sem sua anuência, pior, sem seu conhecimento, Moro tenta evitar a completa desmoralização ao dar adeus ao ministério. Por isso apontou para o peito de Bolsonaro. E acusa o presidente de querer interferir na rotina de uma Polícia que age apartidariamente. Leia mais.
Eliane Cantanhêde: Moro abre espaço para o processo de impeachment de Bolsonaro
O ponto mais chocante foi quando Moro disse que Bolsonaro exige ter acesso direto ao diretor geral e aos superintendentes da PF e, inclusive, pasmem!, aos relatórios de inteligência e aos relatórios sigilosos sobre as investigações de corrupção e crime organizada. Isso é gravíssimo. Caracteriza crime de responsabilidade e tem uma dimensão muito maior do que as próprias pedaladas fiscais que deram base jurídica ao impeachment da então presidente Dilma Rousseff. A sombra do impeachment está se avolumando sobre Bolsonaro. Leia mais.
Vera Magalhães: Moro sai para ser pivô do impeachment de Bolsonaro
Com o pronunciamento histórico que fez, Moro passa a encarnar dois tipos de personagens de processos anteriores de impeachment: o do aliado que rompe, como Pedro Collor com o irmão, em 1992, e do jurista que capitaneia o processo, como fizeram Janaina Paschoal, Miguel Reali Jr. e Hélio Bicudo no caso de Dilma Rousseff. Leia mais.
Vera Rosa: Moro desnuda farsa do combate à corrupção e antecipa jogo de 2022
A ferida aberta no bolsonarismo com a demissão do titular da Justiça, o mais popular do governo, é maior do que se imagina. O agora ex-ministro escancarou bastidores de conversas com Bolsonaro com detalhes que deixaram a República perplexa. Ao relatar pressões para defenestrar o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, Moro afirmou: “Falei ao presidente que seria interferência política. Ele disse que seria mesmo”. Leia mais.
Marco Antonio Teixeira: Bolsonaro acaba de construir seu maior adversário político
Ao fritar Sérgio Moro, Jair Bolsonaro não apenas aumentou perigosamente o seu isolamento, como também construiu seu maior adversário político para 2022, caso seja candidato a reeleição ou termine o mandato. Moro poderá, inclusive, mostrar sua força política com a possibilidade de interferir já nessas eleições de 2020. Leia mais.
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