Donald Trump tornou-se ontem o primeiro ex-presidente dos EUA indiciado por um crime — aliás, um não, 34 crimes diferentes. Visivelmente irritado diante do tribunal em Manhattan, especialmente por ter tido as digitais registradas, o ex-presidente se declarou inocente de todas as acusações e foi liberado, voltando para sua mansão na Flórida. No pedido de indiciamento (íntegra em inglês) aceito pela Justiça, os promotores traçaram um padrão de fraudes fiscais cometidas para acobertar o pagamento em 2016 de suborno a pessoas que pudessem ter informações negativas sobre ele, então candidato à Casa Branca. O caso mais rumoroso foi da atriz pornô Stormy Daniels, que afirma ter tido um relacionamento com o magnata em 2006. Ela recebeu US$ 130 mil (cerca de R$ 660 mil) de Michael Cohen, advogado do candidato, que o reembolsou após tomar posse, registrando a despesa como “serviços jurídicos”, o que caracterizaria fraude. Após o indiciamento, Trump publicou em uma rede social usada pela extrema direita que “nada foi feito ilegalmente”. A próxima audiência do caso está marcada para 4 de dezembro, e o ex-presidente pode continuar tocando sua campanha para recuperar o cargo. (CNN) Para ler com calma. A manifestação de apoiadores de Trump na porta do tribunal e a ausência de republicanos de peso mostram que a base ultraconservadora/religiosa do ex-presidente segue mobilizada, talvez a ponto de fazê-lo vencer as primárias para a corrida eleitoral do ano que vem, mas que a cúpula do partido quer distância. Para diversos dirigentes, o indiciamento afasta os eleitores moderados que ainda restam à legenda e prejudica suas chances nos estados não alinhados, que variam de apoio aos partidos a cada eleição. (Politico) Meio em vídeo. Como na antiga propaganda de vodka, Donald Trump será Jair Bolsonaro amanhã? A forma como os EUA vão conduzir os processos contra seu ex-presidente pode ensinar como tratar o nosso e seus crimes, ou, no pior cenário, turbinar um retorno da extrema direita lá e aqui? Veja o que diz Flávia Tavares na coluna Cá entre Nós. (YouTube) A Finlândia se tornou ontem o 31º país a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança de países ocidentais formada na Guerra Fria. A adesão do país escandinavo dobrou a fronteira do bloco com a Rússia e foi classificada por Moscou como “uma violação da segurança e dos interesses nacionais”. O temor da expansão da Otan foi um dos casus belli de Vladimir Putin para invadir a Ucrânia no ano passado. (BBC) Enquanto isso... A ativista Darya Trepova foi apresentada ontem à imprensa em São Petersburgo e formalmente acusada pela explosão que matou no domingo o blogueiro militar Vladlen Tatarsky. Segundo as autoridades russas, o atentado foi planejado por forças especiais da Ucrânia, o que o governo de Kiev nega. (Guardian) Preso desde o último dia 14 num batalhão da PM do DF, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres teria manifestado interesse em fazer uma delação premiada, segundo fontes da Polícia Federal, embora a defesa dele negue. Torres é investigado por omissão na tentativa de golpe de 8 de janeiro, quando já era secretário de Segurança do DF. Na casa dele, a PF encontrou a minuta de um decreto golpista para intervir no TSE e anular as eleições presidenciais. E, na segunda-feira, veio a público a denúncia de que ele teria viajado à Bahia antes do segundo turno para orientar a PRF e pedir ajuda à PF a fim de dificultar o acesso de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos locais de votação. (Correio Braziliense) O ministro da Justiça, Flávio Dino, diz que “personagens ocultos ainda vão aparecer” no caso da ação de Torres para interferir contra Lula nas eleições, conta Andréia Sadi. A PF obteve um documento feito por uma delegada a pedido do ex-ministro mapeando os locais onde o atual presidente foi mais votado no segundo turno. (g1) Na véspera do depoimento de Jair Bolsonaro à Polícia Federal, como parte do inquérito que trata da entrada ilegal de joias no Brasil, sua defesa entregou ontem à Caixa Econômica Federal as peças recebidas pelo então presidente em 2019, durante viagem a Riad. O terceiro kit de joias, que inclui um Rolex, é avaliado em R$ 500 mil e estava guardado na fazenda do tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet. A entrega cumpre determinação do Tribunal de Contas da União. (Estadão) A última pesquisa Datafolha, realizada em 29 e 30 de março, mostra que 51% consideram a perda dos direitos políticos a punição mais adequada a Bolsonaro por ter atacado o sistema eleitoral e criticado ministros do Supremo em reunião com embaixadores em julho. Esse cenário de inelegibilidade é o mais provável para a maior parte de seus aliados. O problema é que o PL ainda não tem um nome claro para substitui-lo, segundo pesquisa realizada no mês passado pelo partido. Thais Oyama: “Nas respostas à pergunta sobre quem poderia ser o ‘substituto de Bolsonaro’, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foi a mais citada, mas a maior parte dos entrevistados preferiu não indicar nome algum”. (UOL) Para ler com calma. Entrevistando bolsonaristas desde 2017, a socióloga Esther Solano está convencida de que o bolsonarismo “representa uma forma de entender o mundo”, não se limitando ao apoio ao ex-presidente ou ao antipetismo. “É muito mais profundo e muito mais estruturante da sociedade brasileira.” (Folha) Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram convidados por Lula para acompanhar a comitiva presidencial à China. O governo também convidou 28 deputados e sete senadores para a viagem, que começa no dia 11. Lula deve ir a Pequim e Xangai. Seu encontro com Xi Jinping está previsto para ocorrer no dia 14. (Poder 360) O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo vai editar uma medida provisória para corrigir uma distorção tributária e arrecadar até R$ 90 bilhões por ano. Subvenções estaduais a empresas estão sendo usadas para despesas de custeio (gastos do dia a dia) e abatidas na base de cálculos de impostos federais. Segundo Haddad, isso só seria legal se os incentivos fiscais fossem usados para investimentos, não para custeio. É isso que a MP vai estabelecer. (g1) Quem deve ser indicado pelo presidente Lula para suceder a Ricardo Lewandowski no STF? Alguns acham que o presidente pode indicar quem bem entender para o cargo. Outros, que ele deveria observar determinados critérios, digamos, republicanos ou impessoais. No Meio Político desta quarta, que chega para assinantes premium a partir das 11h, o cientista político Christian Lynch destrincha o conceito de “incondicionalismo”, em que se enquadra aquele primeiro grupo para quem basta a preferência presidencial na escolha. Assine! Quando o discípulo supera o mestre
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