A volta ao ‘Gueto’, por Antonio Gomes*

Após a Segunda Guerra Mundial, vários países europeus precisaram desconstruir uma realidade social intensificada pela discriminação racial, proveniente do Holocausto. 

Os ‘Guetos’ eram constantemente usados para segregar aquela raça diferente do que pensavam ser os alemães de Hitler, uma raça pura, de forma que os judeus eram obrigados a se mudarem para essas partes das cidades onde teriam que conviver com seus pares, assim, não proliferavam doenças, religiões, culturas, que pudessem influenciar a parte da população ‘pura’. 

Na América também por influência de raças ditas puras, criamos os nossos Guetos, inicialmente apenas por segregação racial, como se deu nos EUA, com o surgimento entre outros fatores sociais, de organizações como a Ku-Klux Klan, que lutavam, criminosamente, para se fazer entender como superiores aos negros e afro-descendentes. De forma que como aconteceu na Alemanha, e em vários países europeus, o EUA, foram também tomados por essa onda de racismo étnico. 

No Brasil, o fim da Escravidão, apenas demonstrou que não somos diferentes das outras raças e países, já que criamos os nossos Guetos de maneira bem forçada, pois libertar seres humanos presos jogando-os ao “DEUS DARÁ” não poderíamos achar que o resultado fosse diferente que não a formação de Guetos, ora, onde morar? Onde dormir ou trabalhar?, Se não, nos entornos das cidades grandes os Guetos são hoje nossas favelas. 

Entretanto, como uma favela, hoje mais denominada de Comunidade pode se transformar em regiões desenvolvidas e atraentes ao turismo, basta querer, países subdesenvolvidos saíram da forma de ser Gueto de outros países, para serem desenvolvidos, foi o caso brasileiro, que mesmo sendo dependente econômico dos EUA, passou algum tempo, lidando de igual a igual com nossos irmãos americanos. 

Mas, surpreendentemente, a raça que se acha pura, conseguiu aqui no Brasil, convencer uma parte da sociedade de classe média, que ela também era pura e precisava segregar os mais pobres, assim, colocamos novamente nosso país como GUETO americano, já que eles podem vir aqui, facilmente, usar de nossas fontes, de nossas riquezas, sem nada nos dar em troca, apenas promessas de aperto de mão. 

Definitivamente, voltamos a ser GUETO. 

*Antonio Gomes Vasconcelos Menezes é advogado formado pela UFPB há 20 anos, já tendo sido professor de História leigo, durante 05 anos na Rede Pública Estadual de Ensino.

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