A Derrocada do Grupo Boca Preta e o Impacto da Alta Aprovação de Fábio Aragão nas Eleições de 2024 em Santa Cruz do Capibaribe

JAIRO GOMES

As eleições municipais de 2024 em Santa Cruz do Capibaribe representaram um verdadeiro divisor de águas na política local, com o Grupo Boca Preta, encabeçado pela candidata Alessandra Vieira (PL), sofrendo uma derrota avassaladora. Os números não deixam dúvida sobre a magnitude do revés: Alessandra obteve 11.692 votos, representando apenas 22,47% do total. Enquanto isso, Robson Ferreira (Grupo Verde) conseguiu 3.803 votos (7,31%), e o grande vitorioso da eleição foi Helinho Aragão (Grupo Taboquinha), com expressivos 36.318 votos, conquistando 69,80% da preferência do eleitorado.

Este resultado evidencia não apenas a força da candidatura de Helinho Aragão, mas também o colapso da estratégia do Grupo Boca Preta e a incapacidade de Alessandra Vieira em capitalizar apoios significativos. A vitória de Helinho, com o respaldo do prefeito Fábio Aragão, que ostenta uma aprovação próxima a 90%, consolidou uma hegemonia política que deixa a oposição enfraquecida e à deriva.

A Força da Aprovação de Fábio Aragão e o Impacto na Eleição

A popularidade massiva de Fábio Aragão foi um dos fatores determinantes para o sucesso de Helinho. Ao abdicar da reeleição e indicar seu vice para a disputa, Fábio transferiu boa parte de seu capital político para Helinho, que se beneficiou diretamente dessa estratégia. A gestão com aprovação estratosférica refletiu-se nas urnas, mostrando que os eleitores desejavam continuidade e estabilidade.

O apoio de Fábio Aragão, aliado ao fato de que a oposição falhou em se conectar com as necessidades locais, deu a Helinho uma base eleitoral sólida, que foi ampliada ao longo da campanha. A estratégia de Helinho e seu grupo foi clara: capitalizar a satisfação popular com a gestão atual e evitar erros, enquanto o Grupo Boca Preta parecia estagnado e sem direção.

Erros do Grupo Boca Preta: O Que Explica a Derrota de Alessandra Vieira?

  1. Desconexão com as Prioridades Locais

Alessandra Vieira tentou nacionalizar a campanha ao se associar ao PL e ao bolsonarismo, mas essa estratégia não encontrou ressonância com os eleitores da Capital da Moda, que estavam focados em questões locais. A ausência de propostas concretas para resolver problemas municipais contribuiu para o distanciamento da candidata em relação ao eleitorado, que estava mais interessado em soluções práticas para o dia a dia.

  1. Esperança Frustrada com Alianças

O Grupo Boca Preta investiu tempo e energia em uma aliança com o Grupo Verde, que acabou não se concretizando. Essa indecisão e a demora em definir uma estratégia mais assertiva enfraqueceram a candidatura de Alessandra, que acabou isolada e sem o apoio necessário para uma campanha robusta. Enquanto o grupo Taboquinha estava em plena mobilização, o grupo Boca Preta ainda tentava se organizar.

  1. Subestimação da Força de Helinho Aragão

Alessandra Vieira e seu grupo não anteciparam o impacto que a força de Helinho Aragão teria na disputa. Com uma campanha eficiente e o apoio da governadora Raquel Lyra, dos deputados Diogo Moraes e Felipe Carreras, além da adesão de várias lideranças locais, o grupo de situação atraiu votos de diversos setores da sociedade. A subestimação dessa capacidade de mobilização foi fatal para o grupo oposicionista.

  1. Falta de Propostas Concretas

A campanha de Alessandra foi marcada por críticas à gestão de Fábio Aragão, mas falhou em oferecer alternativas reais e viáveis. O eleitorado demonstrou desinteresse por ataques sem propostas claras e optou pela continuidade de uma gestão que vinha apresentando resultados satisfatórios.

  1. Escolha de Vice e Baixo Desempenho de Líderes Históricos

A escolha de Ezequias Azevedo como vice não gerou o impacto esperado. A tentativa de atrair o eleitorado evangélico com essa indicação não foi suficiente para reverter o cenário desfavorável. Além disso, a queda de popularidade de líderes históricos, como Dida de Nan, que obteve apenas 611 votos para vereador, evidenciou o enfraquecimento do grupo como um todo.

O Impacto dos Números: O Que Eles Revelam?

Os resultados eleitorais falam por si. Com 69,80% dos votos, Helinho Aragão se consolidou como o novo prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, recebendo a confiança de uma ampla maioria. A expressiva diferença entre Helinho e Alessandra (mais de 24.000 votos) reflete não apenas a força da gestão de Fábio Aragão, mas também a falência das estratégias adotadas pelo Grupo Boca Preta.

Robson Ferreira, com 7,31% dos votos, também não conseguiu se consolidar como uma terceira via viável. Seu desempenho apenas confirmou a polarização entre os grupos tradicionais, com o Grupo Taboquinha saindo vitorioso de forma esmagadora.

Um Futuro Incerto para o Grupo Boca Preta

A derrota de Alessandra Vieira nas urnas representa uma dura lição para o Grupo Boca Preta. Para voltar a ter relevância nas futuras disputas eleitorais, o grupo precisará fazer uma profunda reavaliação de suas estratégias, entender as demandas da população e, principalmente, se reconectar com o eleitorado local. A desconexão com a realidade do município e a subestimação da força do grupo Taboquinha foram fatais para a campanha.

Com Helinho Aragão assumindo a prefeitura, a continuidade das políticas de Fábio Aragão está assegurada, e o desafio para o Boca Preta será encontrar novas formas de se reinventar e conquistar a confiança do eleitorado nas próximas eleições. 

O futuro do grupo, neste momento, parece incerto, mas uma coisa é clara: sem mudanças profundas, o caminho para a recuperação política será árduo.

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