Santos-Guarujá: como vai funcionar o primeiro túnel submerso da América Latina

O empreendimento prevê uma ciclovia, passagem para pedestres e três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável ao VLT; tempo de travessia entre as cidades deve diminuir 50 minutos

Por Filipe Vidon — Rio de Janeiro
O Globo

Túnel será construído a 21 metros de profundidade, sem atrapalhar o tráfego de navios 
Foto: Divulgação

Esperado há pelo menos 100 anos, o túnel que vai ligar as cidades de Santos e Guarujá vai sair das pranchetas para virar realidade. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) divulgaram nesta sexta-feira (2) a parceria para a execução das obras do primeiro túnel imerso da América Latina.

Serão três faixas de rolamento por sentido, além de uma ciclovia e passagem para pedestres 
 Foto: Divulgação

O projeto prevê a ligação seca entre Santos e Guarujá, com extensão total de 1,5 km, por meio de um túnel imerso de 870 metros, que passará por baixo do canal que abriga o porto mais movimentado do Brasil. Serão três faixas de rolamento por sentido, sendo uma adaptável para receber o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), além de uma ciclovia e passagem para pedestres.

Via para pedestres será compartilhada com a ciclovia 
 Foto: Divulgação

O desafio para construir o túnel submerso é grande: serão seis módulos pré-moldados com concreto armado, a uma profundidade mínima de 21 metros. Eles serão construídos em uma doca seca e transportados por flutuação até o local onde o leito do canal será preparado. Assim, os módulos serão imersos, encaixados e fixados para concluir a estrutura, sem interromper o tráfego de navios no canal.

Segundo o Governo de São Paulo, o túnel vai reduzir o tempo de deslocamento entre as duas cidades em cerca de 50 minutos, desafogar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) e liberar o canal do porto para uso prioritário de navios de carga e de passageiros. A travessia completa, de carro, deve durar um minuto e meio.


Obra está inserida no PAC e será realizada com recursos da União e do Governo de São Paulo, cada um arcará com 50% dos custos.

A estimativa é de redução de 70% da demanda da balsa da Ponta da Praia, e de redução de 53% na emissão veicular de dióxido de carbono.

Inserida no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a obra é estimada em aproximadamente R$ 5,8 bilhões e será custeada com recursos dos orçamentos da União e do estado de São Paulo. Cada ente arcará com 50% do valor previsto.

A ideia é que o túnel tenha um pedágio que custe o mesmo valor da tarifa das balsas que fazem a ligação entre as duas cidades — R$ 12,30 para veículos de passeio em dias úteis —, mas sem cobrança para pedestres.

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