O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou formalmente ontem o novo arcabouço fiscal. Mas detalhes importantes estarão presentes apenas no texto que será enviado ao Congresso até a semana que vem. A proposta não é uma “bala de prata” para resolver a situação das contas públicas, afirmou Haddad, adiantando que haverá um novo pacote para ampliar a arrecadação em até R$ 150 bilhões por ano, mas sem aumentar a carga tributária dos contribuintes. “Temos muitos setores que estão demasiadamente favorecidos com regras de décadas. Vamos, ao longo do ano, encaminhar medidas para dar consistência a esse anúncio”, disse. A apresentação foi bem recebida. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que vai trabalhar pela aprovação da nova regra em abril, mas citou a necessidade de ajustes “como, por exemplo, na tese que o governo defende de não aumentar impostos e fazer com que hoje quem não paga impostos passe a pagar“. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que sentiu de “todos os líderes do Senado, inclusive da oposição, compromisso absoluto com uma pauta que é fundamental para o Brasil". A participação dos oposicionistas em reunião com Haddad foi elogiada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha: “Desligamos essa máquina de gerar conflitos do governo anterior”. O texto será apresentado como projeto de lei complementar. Confira aqui os próximos passos. (Globo, Folha e g1) A nova regra fiscal, em termos gerais, cumpre o que o mercado esperava. O Ibovespa reagiu bem e fechou em alta de 1,89%, aos 103.713,45 pontos, enquanto o dólar comercial caiu 0,75%, a R$ 5,098. Mas há críticas. Apesar de o mercado ter saído do escuro, algumas preocupações seguem no radar dos analistas, como o aumento das receitas, cujo crescimento será parâmetro para as despesas, sem o aumento dos impostos. (Globo, Bloomberg Línea e Estadão) O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, após a apresentação do Relatório de Inflação, que, apesar de não ter visto a proposta final da regra fiscal, há uma "boa vontade muito grande“ do Ministério da Fazenda em fazer um marco “robusto”. “O importante para a gente é como incorporar isso nas nossas projeções. Não fazemos [política] fiscal, não é um trabalho do BC. Incorporamos o fiscal nas nossas expectativas, na função e reação que o BC tem. Lembrando que temos um regime que se baseia em câmbio flutuante, em um sistema de meta e que tem âncora fiscal.” (Folha) Trava, banda, piso, teto... Entenda o arcabouço fiscal, que é um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal, controlando os gastos e receitas do país. (Agência Brasil e g1) Após exatos três meses nos EUA, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou ontem ao Brasil. A ideia do partido era uma recepção em grande estilo, com desfile em carro aberto, e alguns apoiadores o aguardavam no saguão do aeroporto de Brasília. Mas, por orientação da Polícia Federal, ele saiu por uma porta lateral e, escoltado por equipes do GSI, seguiu para um evento fechado com familiares e correligionários. (g1) Bolsonaro reclamou por não ter carros blindados cedidos pela União, mas a lei não prevê esse mimo. Segundo a Casa Civil, ex-presidentes têm direito a dois veículos comuns. As equipes de Dilma Rousseff e Michel Temer confirmaram a informação. (CNN Brasil) Se não foi a apoteose que o PL queria, ao menos a volta de Bolsonaro rendeu memes. (Poder360) Enquanto isso... O senador bolsonarista Marcos do Val (Podemos-ES) admitiu ontem, segundo a coluna de Igor Gadelha, que relatou ao ministro do STF Alexandre de Moraes um suposto plano de golpe de Estado para torná-lo parte do processo dos atos antidemocráticos e impedi-lo de continuar como relator da ação. “Não tinha golpe de Estado, nem nada. Tinha falado: ‘Bolsonaro, vou usar aquela reunião para fazer uma ação para te blindar, porque ele (Moraes) quer te prender’”, contou ele, durante a recepção ao ex-presidente. (Metrópoles) Meio em vídeo. A chegada de Jair Bolsonaro ao Brasil, na véspera do dia que marca o golpe militar de 1964, não é por acaso, é uma provocação e um recado importante: ele volta para criar tumulto, mais instabilidade, aquecer essa divisão que a gente vive no país. Resta saber se Lula terá maturidade para deixar Bolsonaro falando sozinho ou vai alimentar o seu jogo. Mariliz Pereira Jorge explica na coluna De Tédio A Gente Não Morre. (YouTube) Cinco partidos – MDB, PSD, Republicanos, Podemos e PSC – oficializaram a formação do maior bloco parlamentar na Câmara, com 142 deputados, o que lhes dará prioridade, por exemplo, na presidência e relatoria de comissões. A ideia original era formar uma federação, mas isso obrigaria as legendas a funcionarem como um único partido por quatro anos, o que incluiria as eleições de 2024 e 2026. Entre as siglas, há integrantes do governo Lula, independentes e até opositores. (g1) O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), acusou o golpe e, segundo Igor Gadelha, tenta articular seu próprio bloco, ainda mais heterogêneo. Além de seu próprio partido, ele quer atrair União Brasil, Avante, PSDB/Cidadania e siglas governistas de esquerda, como PDT e PSB. Juntos, somariam 164 deputados. (Metrópoles) Eduardo Appio, atual juiz da Lava-Jato, pediu reforço na sua segurança pessoal em função de ameaças e pressões sofridas após acusações do advogado Rodrigo Tacla, réu por lavagem de dinheiro para a Odebrecht, contra o ex-juiz e atual senador Sergio Moro (UB-PR) e o ex-procurador e atual deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Em audiência na segunda-feira, Tacla citou o nome dos dois em supostos casos de extorsão e perseguição. (g1) Já o Ministério Público Federal (MPF) no Paraná, base da Lava-Jato, pediu a anulação completa do depoimento de Tacla Duran. Segundo o MPF, o advogado subverteu o objetivo da audiência, ajustar medidas cautelares, ao acusar Moro e Dallagnol de extorsão. (Estadão) Donald Trump se tornou ontem o primeiro ex-presidente dos EUA indiciado criminalmente pela Justiça. A decisão do Grande Júri de Manhattan está ainda sob sigilo, incluindo quais acusações levaram ao indiciamento, e deve ser divulgada nos próximos dias. Ele é investigado por supostamente ter subornado a atriz pornô Stormy Daniels durante a campanha que o elegeu em 2016 para que ela não revelasse um caso extraconjugal entre os dois. Alvin Bragg, promotor-chefe de Manhattan, estaria negociando com a defesa de Trump para que o ex-presidente se apresente voluntariamente. (CNN) Apesar de Trump ter convocado manifestantes para protestar contra seu indiciamento e impedir sua eventual prisão, apenas cinco apoiadores apareceram ontem diante do tribunal em Nova York, enquanto centenas comemoravam a decisão com cartazes onde se lia “ninguém está acima da lei”. (Politico) A volta do MessiasTony de Marco
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