“AS PESSOAS PRECISAM ESTAR NUM AMBIENTE EM QUE PODEM CONTRIBUIR”
Carlos Xavier, diretor de práticas digitais na Egon Zehnder da América Latina, e Leopoldo Paniagua, gerente de recursos humanos da Coca-Cola FEMSA, falam sobre cultura inovadora nas empresas
Por Júlio Viana
“Mais do que promover inovação ou empreendedorismo, queremos estimular a cultura da curiosidade.” Segundo Leopoldo Paniagua, gerente de recursos humanos da Coca-Cola FEMSA, este vem sendo um dos segredos da multinacional para fomentar novas ideias entre os funcionários da corporação.
O comentário foi feito em meio aos debates sobre inovação e futuro empresarial que tomam conta do “Rethink Business Brasil 2017” entre hoje e amanhã em São Paulo. Paniagua estava presente para contar melhor sobre a renovação de ambiente que vem acontecendo dentro das empresas.
“Sou contra pedir aos funcionários para serem, simplesmente, ‘empreendedores’ ou ‘inovadores’. Ninguém consegue ser assim sem o meio correto.” Para ele, é impossível que os colaboradores tragam novas ideias se riscos e erros são encarados de forma negativa na empresa.
André Chaves, que presta consultoria a startups e empresas sobre estratégia de inovação, também participou do debate e concorda com Paniagua. “Qualquer método da empresa só consegue ser efetivo quando tem o patrocínio da liderança”, diz ele.
“Não adianta nada você querer implantar uma cultura revolucionária de transformação na empresa se o pensamento retrógrado ainda impera lá dentro”, afirmou o outro participante do painel, Carlos Xavier, diretor de práticas digitais na Egon Zehnder da América Latina, uma das maiores headhunters de executivos do mundo.
“Muitas vezes, a equipe está tão desacostumada com a ideia de chefes abertos à contribuição que ficam travados diantes dessa possibilidade”, disse Chavez. Segundo o consultor, criar uma cultura de inovação não pode ser resultado da vontade de “aderir a uma moda”. Para ela dar certo, é preciso trabalhar para incuti-la no ambiente e nos detalhes. Só assim ela se tornaria orgânica.
“Para isso tudo dar certo, as pessoas precisam sentir que vão ser escutadas e que vão contribuir”, complementou Xavier. “Os maiores líderes de hoje em dia só estão lá porque se cercaram de uma equipe genial. É uma ilusão acreditar que startups de sucesso se construíram sozinhas apenas por causa dos founders.”
Paniagua afirma que na Coca-Cola, por exemplo, os funcionários que contribuírem com as melhores ideias aparecem na revista mensal da corporação. Além disso, eles têm chances frequentes de se encontrar com o CEO para dividirem suas opiniões. “Acabamos com a hierarquização hostil que impossibilitava o compartilhamento de informações.”
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