Com sangue no rosto, Trump é retirado às pressas do palco durante comício na Pensilvânia após disparos serem ouvidos; vídeo

Segundo porta-voz do ex-presidente, Trump 'está bem'. Duas pessoas morreram, incluindo o atirador, e uma ficou ferida. Caso é investigado como 'tentativa de assassinato'

O GLOBO

Trump cai do palco durante comício na Pensilvânia com sangue no rosto e após disparos serem ouvidos Foto: The New York Times

O ex-presidente Donald Trump foi retirado às pressas do palco por agentes do Serviço Secreto enquanto discursava em um comício eleitoral em Butler, na Pensilvânia, neste sábado, após uma série de disparos de origem ainda incerta. O republicano foi cercado pelos agentes e escoltado para um carro de sua comitiva logo após o ataque, segurando a orelha direita, que parecia estar sangrando. Segundo porta-voz do ex-presidente, Steven Cheung, Trump "está sendo examinado e está bem", mas sem fornecer mais detalhes.

O promotor público local, Richard Goldringer, informou ao jornal americano Washington Post e posteriormente na rede X que o atirador — cuja identidade ainda não foi revelada — foi morto, bem como um espectador do comício. Outra pessoa está em estado grave.


O Serviço Secreto e a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos EUA, juntamente com outras agências de segurança americanas, estão investigando o incidente como "tentativa de assassinato", afirmou a Associated Press citando fontes familiarizadas com o assunto.

"Acabei de falar com meu pai ao telefone e ele está com o espírito elevado", disse o filho do republicano, Donald Trump Jr., em um comunicado.

"Um incidente ocorreu na noite de 13 de julho em um comício de Trump na Pensilvânia. O Serviço Secreto implementou medidas de proteção e o ex-presidente está seguro. Esta é agora uma investigação ativa do Serviço Secreto e mais informações serão divulgadas quando disponíveis", disse Anthony Guglielmi, chefe de comunicações do Serviço Secreto dos EUA, em uma declaração à imprensa, minutos após o ocorrido.

Segundo o New York Times, todos os participantes dos comícios de Trump passam por verificações de segurança rigorosas, incluindo passagem por detectores de metais e revista de bolsas e pertences em busca de armas e itens proibidos.

Trump cai do palco durante comício na Pensilvânia com sangue no rosto e após disparos serem ouvidos Foto: AFP/Getty Images/ Anna Moneymaker

No momento dos disparos, que puderam ser ouvidos durante a transmissão ao vivo do evento, Trump interrompeu o discurso e se abaixou rapidamente, levando as mãos ao rosto, enquanto a multidão gritava.

Logo em seguida, as autoridades presentes instruíram o público a se abaixar e a se cobrir, enquanto a imprensa se retirava do palanque onde Trump discursava. Após uma breve pausa, o republicano se levantou, cercado por agentes e com a orelha sangrando, ergueu o punho para a multidão e foi levado às pressas para sua comitiva, que deixou rapidamente o local.

"Estou grato por saber que ele está seguro e bem. Estou orando por ele e sua família, assim como por todos que estavam no comício, enquanto aguardamos mais informações", disse o presidente Joe Biden em comunicado. Espera-se que o presidente Joe Biden faça uma declaração oficial até o fim do dia, informou a Casa Branca, diretamente de Rehoboth Beach, Delaware.

A vice-presidente Kamala Harris também foi informada sobre o ocorrido, no entanto, ainda não se pronunciou.

O incidente ocorre dois antes antes da Convenção Nacional Republicana, em que Trump será confirmado como candidato do partido para as eleições de novembro contra Biden. Também ocorre no momento em que é crescente a pressão para a saída do democrata da corrida eleitoral após um desempenho desastroso em um debate em 27 de junho. Com o impasse no lado democrata, pesquisas indicam que Kamala começa a despontar em pesquisas de opinião como a opção mais viável para enfrentar o republicano na votação.

Repercussão

Os senadores Marco Rubio e J.D. Vance, junto com o governador Doug Burgum, da Dakota do Norte — que são os nomes mais cotados para o papel de vice de Trump na corrida eleitoral — foram os primeiros a se manifestar pelo magnata e pelos partidários que estavam no comício em suas redes sociais.

"Orando pelo presidente Trump e todos os que compareceram ao comício na Pensilvânia hoje", escreveu Rubio no X. Por sua vez, Vance escreveu: "Todos se juntem a mim em oração pelo nosso presidente Trump e por todos naquele comício. Espero que todos estejam bem."

O líder da minoria republicana Mitch McConnell também se manifestou: "Hoje à noite, todos os americanos estão gratos que o presidente Trump parece estar bem após um ataque desprezível em um comício pacífico. A violência não tem lugar em nossa política."

Do lado dos democratas, a primeira a se manifestar e a condenar a violência política foi a ex-presidente da Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil), Nancy Pelosi. "Como alguém cuja família foi vítima de violência política, sei em primeira mão que qualquer tipo de violência política não tem lugar na nossa sociedade", escreveu Pelosi, referindo-se ao ataque que sofreu em 2022, quando um homem invadiu sua casa e agrediu seu marido. "Agradeço a Deus que o ex-presidente Trump esteja seguro", acrescentou.

Por sua vez, o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que ficou "horrorizado com o que aconteceu no comício de Trump na Pensilvânia e aliviado que o ex-presidente Trump esteja seguro". "A violência política não tem lugar em nosso país", acrescentou Schumer.

O ex-presidente Barack Obama também emitiu uma declaração sobre o ocorrido: "Não há absolutamente nenhum lugar para a violência política em nossa democracia. Embora ainda não saibamos exatamente o que aconteceu, todos devemos nos sentir aliviados pelo fato de o ex-presidente Trump não ter se ferido gravemente e aproveitar este momento para nos comprometer novamente com a civilidade e o respeito na nossa política. Michelle e eu desejamos a ele uma rápida recuperação", disse.

Robert Kennedy Jr, candidato independente à Presidência e filho do senador Robert Kennedy, também publicou uma mensagem de solidariedade a Trump. "Agora é o momento para todo americano que ama nosso país dar um passo atrás da divisão, renunciar a toda violência e unir-se em oração pelo presidente Trump e sua família."

Fora dos EUA, também se manifestaram, até o momento, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que publicou que ele e a esposa desejam uma recuperação rápida ao ex-presidente; e Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, que também desejou melhoras ao republicano via redes sociais.

O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro, por sua vez, publicou uma foto de Trump ferido e escreveu: "Nossa solidariedade ao maior líder mundial do momento. Esperamos sua pronta recuperação e nos veremos na posse". Nas redes sociais brasileiras, bolsonaristas compararam o ataque sofrido por Trump com o de Bolsonaro durante a campanha presidencial em 2018. Em setembro de 2018, quando liderava as pesquisas de intenção de voto no primeiro turno da eleição presidencial no Brasil, Bolsonaro foi alvo de uma facada durante atividade de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais.

*Em atualização

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