Dispensa comentários

Por Dário Gomes*
Você, com certeza, já ouviu essa expressão: “Dispensa comentários”, que apesar de parecer bonita, é uma expressão que soa com certo vazio, é como se o locutor estivesse se escusando de tecer seus comentários sobre alguma pessoa ou coisa.

Quando dizemos: “Acerca dessa pessoa dispensam-se comentários”, estamos, ainda que involuntariamente, abrindo espaço para, no mínimo, três vertentes de pensamentos ou interpretações. 

Na primeira interpretação podemos estar falando das boas qualidades que a pessoa em referencia possui, na segunda interpretação podemos estar nos referindo as más qualidades dessa pessoa e na terceira interpretação podemos estar querendo ser omissos com relação aquela pessoa.

Existem situações em que, não tecer comentários, nada irá ajudar e, por vezes, pode até atrapalhar. As pessoas gostam de ser alvo de comentários, e se os mesmos são positivos, fica bem melhor e se, contudo forem negativos ou críticos podem ajudar alguém a sair da ilusão de ser aquilo que nunca foi.

Um dos maiores exemplos em nossos dias são as redes sociais, as pessoas postam suas fotos e ficam, todos os dias, observando, pra saber quantos comentários teve a referida, o blogueiro confere quantos comentários foram postados em seus artigos, o político quer saber sobre comentários com seu nome, as grandes marcas pesquisam diuturnamente qual o comentário acerca de seus serviços e produtos e para cada qual esses comentários são imprescindíveis.

Há os que não gostam de comentar porque têm medo de serem taxados de bajuladores, outros porque são tímidos, mas há os que não querem perder tempo com “bobagens”. Seja qual for o motivo é de bom siso que tenhamos em mente os motivos pelos quais nos levam a fazer comentários e se é tempo oportuno para tal.

Temos ainda o caso de pessoas que dizem: “Eu não preciso falar porque ele já sabe muito bem o que penso a seu respeito, portanto dispenso comentários”, porém, nem tudo o que a gente pensa acerca das opiniões de outros a nosso respeito está correta. Quantas vezes fazemos conjecturas acerca do que pensam de nós e nos surpreendemos quando descobrimos que estávamos completamente equivocados, achamos que alguém vai nos “alfinetar” e descobrimos que fomos elogiados pelo tal ou pode ser o contrário, de qualquer forma serve para sabermos o que pensam de nós.

Certa vez Jesus perguntou aos seus discípulos o que os homens falavam acerca dele. (Mateus 16.13 a 16) Que comentários teciam a seu respeito? Creio que o anonimato em nada serviria para a propagação do reino de Deus e com certeza Jesus se preocupava com isso. Outro motivo da indagação era para saber que tipo de crença os apóstolos tinham nele, de uma forma ou de outra o comentário seria uma forma de se saber o que estava dentro do coração daqueles que o serviam, que convicções eles tinham.

Se possível for, nunca dispense comentários, pois eles podem ajudar, talvez seja esse comentário que alguém necessita pra continuar ou mudar de atitudes ou quem sabe, fazer com que outros vejam da mesma forma que vemos e com isso a pessoa alvo possa ser beneficiado. 

Já dizia alguém: Não importa o que falam de mim, eu quero mesmo é que falem, porque pior que isso é cair no esquecimento do povo. 

Dispensar comentários pode ser um sinal de omissão, de não querer se comprometer, como alguém que fica em cima do muro, como alguém que, embora tenha uma opinião, se omite em transmiti-la, mas também pode ser que alguém queira economizar palavras e numa simples afirmação dizer tudo que não tens coragem de detalhar, porém há um conselho muito importante: quando te referires àqueles que amas e que sofrem ou já sofreram por ti, não poupes palavras, diga-lhes o quanto eles são importantes na tua vida e o quanto você os ama, faça isto antes que seja tarde demais.

Quanto aos comentários que esse texto possa vir a ter, não os dispenso.

Um abraço e até a próxima, se Deus permitir.

*Dário Gomes de Araujo é Evangelista da Igreja Assembleia de Deus e atualmente é gestor na cidade de São José do Egito

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