Recifenses encabeçam resistência feminina contra Bolsonaro em PE

Hoje 1,4 milhão já aparecem na barra de integrantes do grupo, das quais 781,8 mil já participam ativamente e outras 629,3 mil aguardam avaliação e aprovação. Elas utilizam o espaço no Facebook para articular um ato nacional

Mulheres utilizam o espaço no Facebook para discussão política e, também, articular um ato nacional contra o deputado federal/Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Portal FolhaPE com Anna Tenório, da Folha de Pernambuco

Os resultados das pesquisas eleitorais que apresentam o presidenciável do PSL, Jair Messias Bolsonaro, como líder nas intenções de votos, têm movimentado as redes sociais e até propiciado a organização de uma “resistência feminina” para contrapor-se às ideias do candidato. Quase 10 mil perfis solicitam participação por segundo no grupo intitulado “Mulheres unidas contra Bolsonaro”. Hoje 1,4 milhão já aparecem na barra de integrantes do grupo, das quais 781,8 mil já participam ativamente e outras 629,3 mil aguardam avaliação e aprovação. Elas utilizam o espaço no Facebook para discussão política e, também, articular um ato nacional contra o deputado federal. Marcado para às 14h do próximo dia 29 em várias capitais brasileiras, o ato do Recife terá concentração na Praça do Derby.

O movimento apartidário reúne mulheres de pontos de vistas diferentes, mas todas contrárias ao deputado federal. Em Pernambuco, as recifenses que encabeçam a "resistência" tiveram um primeiro contato no grupo nacional e usam as redes sociais para trocar informações e, mesmo nunca tendo se encontrado pessoalmente, organizar juntas o ato.

As pernambucana migraram nesta quarta-feira (12) para um grupo no WhatsApp, que contou com a adesão de mais de 150 mulheres logo nas primeiras horas. A intenção da organização nos estados, segundo a jornalista Camila Serra, é coordenar a ação do dia 29 de setembro.

Quase 10 mil perfis solicitam participação por segundo no grupo intitulado “Mulheres unidas contra Bolsonaro” - Crédito: Reprodução/Facebook

77 milhões de mulheres

Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil possui 147 milhões de eleitores, destes, 77 milhões são mulheres, o que representa um total de 52% dos votos no País. Para Camila Serra, ainda não é possível contabilizar quantos grupos existem no Brasil e, pelo menos em Pernambuco, elas estão se organizando para conversar com partidos “que são contra Bolsonaro”.

Na avaliação da cientista política Priscilla Lapa, o “risco iminente” da vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais, legitimado a partir das pesquisas de intenção de voto, foi um dos fatores determinantes para as mulheres decidirem se organizar. “Apesar de estar bem colocado nas pesquisas, ele tem uma rejeição em função dessas posições mais radicais. É um candidato que tem uma dificuldade de dialogar com o centro. Então eu acho que a partir disso as mulheres começaram a perceber o risco iminente na pesquisa, outras variáveis que começam a surgir no contexto da campanha começam a trazer a tona, essas discussões sobre o papel da mulher no processo eleitoral”, explica.

Para a cientista política, também é natural que a movimentação tenha surgido nas redes sociais, visto que a Internet mudou o comportamento do eleitor, que agora utiliza essas redes para expor suas ideias políticas. “Independente dele (Bolsonaro) utilizar mais essa ferramenta, ela passou ser uma ferramenta relevante. A internet vem ganhando um protagonismo no processo eleitoral no mundo e no Brasil. Especialmente para ele que não é favorecido no tempo de televisão e rádio”, disse.

Movimentos a favor do candidato

Na contramão dos atos que criticam os posicionamentos mais polêmicos do presidenciável, também surgiram nas redes movimentos a favor do candidato, como o grupo “Mulheres unidas a favor de Bolsonaro”. De acordo com a pesquisa estimulada do Ibope, publicada no dia 11 de setembro - a primeira após o ataque que o deixou hospitalizado - Bolsonaro cresceu mais uns pontos na pesquisa e é o presidenciável que lidera as intenções de voto, com 26%.

Deste número, 35% do eleitorado é formado por homens e 18% formado por mulheres. Outro número que também chama a atenção é o índice de rejeição, ao qual as mulheres continuam encabeçando as estatísticas de desaprovação. Neste indicador, Bolsonaro também lidera, com cerca de 41%. Deste total, 50% é de mulheres e apenas 31% de homens.

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