Mais uma trapalhada bolsonarista: o ridículo elevado à arte

Ah, os bolsonaristas… se tem uma coisa que eles dominam com maestria, além de “ornamentar” os grupos de WhatsApp com fake news, é a arte de comemorar antes da hora. É impressionante: mal sai uma decisão, uma liminar, um despacho judicial escrito em fonte Arial 12 e lá estão eles, aos gritos, pulando, soltando fogos (de artifício e de verborragia). É um alvoroço digno de final de Copa do Mundo — pena que sempre termina como o 7x1.

A última pérola veio do nobre Gustavo Gayer, que, no afã de salvar o “mito” (ops, perdão, o líder incontestável da liberdade mundial), saiu comemorando uma decisão sobre Alexandre Ramagem como se fosse a absolvição do próprio Messias. Nem leu direito, coitado. Ou leu, mas preferiu interpretar com aquele filtro peculiar chamado “wishful thinking bolsonarista”, onde toda vírgula é um sinal divino de vitória.

No fundo, no fundo, a pressa em vibrar entrega o que eles mais tentam disfarçar: tudo, absolutamente tudo, gira em torno de blindar o chefe. Justiça? Democracia? Liberdade? Conversa. O nome do jogo é proteger o homem, custe o que custar. Até a lógica e o senso do ridículo vão pro ralo, junto com os últimos fios de credibilidade.

E o mais curioso é que essa política parece protagonizada por seres obscuros, saídos não se sabe de qual caverna perdida no mapa da razão. Surgem das sombras, empunhando celulares e megafones, prontos para gritar por liberdade — mas só a deles, é claro. Gente que confundiu teoria da conspiração com plano de governo, que vê comunismo até em planta de samambaia.

O mais divertido é o ciclo previsível: primeiro, gritam “é vitória, chora esquerda!”. No segundo ato, chega a realidade, meio tímida, dando aquele tapinha no ombro: “amigo, não era bem isso…”. E no terceiro dia, qual ressuscitado da vergonha, o bolsonarista finge que nada aconteceu. Apaga stories, deleta tweets, muda de assunto. E, claro, já prepara a próxima comemoração precoce, porque o show não pode parar.

Pra quem assiste de camarote, não tem preço. Nem precisamos suar a camisa: eles mesmos entregam o material pronto, fresquinho, no ponto. É só rir e compartilhar. Enquanto isso, até os aliados mais antigos vão soltando umas verdades entre uma crise e outra — e aí, meu amigo, nem o silêncio constrangedor salva.

No fim das contas, a gente já conhece bem o roteiro: primeiro a fanfarra, depois o tropeço, por fim o tombo homérico eternizado em meme. E o melhor? Eles sempre caem de novo, no mesmo buraco. É ou não é uma fábrica de conteúdo gratuita?

Obrigado, bolsonaristas. Vocês fazem mais pela nossa diversão do que muito roteirista de comédia por aí.

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