Lula fala, Bolsonaro abraça vacinas, e Doria segura restrições


Lula fala, Bolsonaro abraça vacinas e Doria segura restrições; já é 2022?

Lúcia Valentim Rodrigues, do UOL

Parece que hoje todo mundo tirou algumas horas do dia para ouvir a entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As estratégias depois dela, contudo, foram bem diferentes. Não há como negar: todas elas estavam de olho nas eleições de 2022.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou o tom do que tem falado sobre vacinas, como se não tivesse minimizado sua proteção desde o início da pandemia. Disse que foi "incansável no combate" à covid-19, liberou dinheiro para imunização no ano passado e até vacinou a mãe. Atenção para o detalhe importante: usava máscara.

Bem diferente do político que disse que ia ser o último a se vacinar, defende tratamentos sem eficácia comprovada e provoca aglomerações em diversos estados sem nenhum tipo de proteção.

Talvez tenha pesado as críticas que Lula fez durante sua fala após a anulação de suas condenações pela Lava Jato. O petista não se colocou abertamente como candidato, mas escorregou e pediu votos para si em determinado momento.

Criticou o governo Bolsonaro dizendo que "não cuida da economia, não cuida do emprego, não cuida do salário, não cuida da saúde, não cuida do meio ambiente, não cuida da educação, não cuida do jovem, não cuida da menina da periferia".

E sobrou tempo para atacar todos os outros possíveis adversários em 2022, de Luciano Huck a Ciro Gomes. Claro, guardando a maior parte do chumbo para Sergio Moro.

O governador João Doria (PSDB), por sua vez, segurou aplicar mais restrições no estado de São Paulo, apesar de novo recorde de mortes diárias ontem. Resolveu sair com uma boa notícia ao anunciar a vacinação a partir dos 72 anos no dia 22 de março.

Sobre política, tergiversou: "O Brasil é maior que Lula e Bolsonaro. Agora é hora de cuidar de saúde, não de política, muito menos de sucessão presidencial", disse em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes sobre as medidas contra a covid.

A atitude foi diferente em entrevista ao Estadão: "As forças de centro não serão engolidas se 'tiverem juízo'". Soou como candidato.

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