Movimentos repetitivos nas mãos podem causar uma doença chamada Dedo em Gatilho

Dr. Luís Filipe Lessa, ortopedista do SEOT, apresenta os estágios, sintomas, diagnósticos e tratamentos desse problema


Um dos problemas mais comuns entre as pessoas que realizam movimentos repetitivos e esforços contínuos com as mãos é o chamado Dedo em Gatilho. Não há números exatos de quantos casos são registrados no mundo, mas os especialistas apontam que as mulheres e pacientes que sofrem de artrite reumatoide ou diabetes são mais propensos a desenvolver a doença. Em regiões onde o trabalho com as mãos é intenso, que têm grande atividade industrial, principalmente na área têxtil, por causa do uso, entre tantas ferramentas, de tesouras, os casos também são grandes. Integrante das tendinopatias, o Dedo em Gatilho se dá devido à inflamação na prega distal da mão, na base dos dedos. Nessa região, o tendão que fecha os dedos passa por dentro do túnel osteofibroso. Os movimentos de flexão e tensão de forma repetitiva engrossam o túnel ou o tendão, causando o travamento dos dedos. 

Trata-se de uma doença evolutiva, ou seja, o paciente consegue distinguir uma progressão do problema, tendo portanto, quatro estágios, como afirma o médico ortopedista Luís Filipe Lessa, especialista em mão e microcirurgia do SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia): ”o primeiro estágio é o de pré-gatilho, quando o dedo não fica travado ainda, mas há dor na região distal da mão e em todo o dedo – nessa fase, o paciente pode sentir o dedo mais inchado e um pouco mais vermelho; no segundo estágio, o dedo começa a fazer um travamento aleatório, às vezes trava, às vezes não e o destravamento acontece de forma fácil; no terceiro estágio, o dedo fecha, trava e o paciente precisa usar a outra mão pra destravar; e no quarto estágio, o dedo não consegue nem mais fechar, porque o edema já é tão grande que o tendão não consegue mais deslizar pelo túnel”.

Em relação ao tratamento, o ideal, de acordo com Luís Filipe Lessa, é que a doença seja diagnosticada ainda nas fases mais precoces, para facilitar a recuperação do paciente. “O tratamento vai desde o uso de órteses, que seja uma tala ou uma imobilização; medicações anti-inflamatórias; fisioterapia, que é um fator muito importante; infiltrações, quando conseguimos destravar o dedo lesionado, fazendo uma injeção com corticoides na região afetada; e, em último caso, realizar uma intervenção cirúrgica”, explica o especialista. Mas, para prevenir o surgimento do problema, as pessoas que trabalham com esforços repetitivos podem se valer de uma atitude importante, como aconselha o ortopedista: “é preciso que sejam feitas pausas temporárias durante o trabalho para a realização de sessões de alongamentos da região distal das mãos, para que haja uma extensão da bainha tendinosa”.

Normalmente, o paciente tem os sintomas pela manhã, pois à noite, devido à imobilidade noturna involuntária, as doenças inflamatórias acumulam uma quantidade de secreção, ou seja, de líquido inflamatório. Com isso, o paciente acorda com a sensação de que a mão e os dedos estão mais grossos, rígidos; durante o dia, ele começa a soltar a mão e é aí que vão surgindo os travamentos e o diagnóstico clínico. “Aos primeiros sinais de desconforto e de alterações nos movimentos dos dedos, é de fundamental importância que a pessoa procure um especialista para que seja feito o diagnóstico preciso do problema para que seja iniciado, de imediato o tratamento”, conclui Luís Filipe Lessa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em novo caso de nudez, corredora sai pelada em Porto Alegre

Multinacional portuguesa Politejo vai instalar nova fábrica em Pernambuco

Foragido que fez cirurgia e mudou de identidade é preso comprando casa na praia