Palavas que edificam


 Os cuidados com os adolescentes - *Por Sônia Gomes de A. Clemente

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Por mais de uma década trabalhei com adolescentes da minha igreja (Assembleia de Deus em Pernambuco), eram meninos e meninas da idade  entre  12 a 18 anos. Vivenciei momentos únicos com os mesmos e, estando na liderança, pude observar o quanto são atuantes e curiosos por aprenderem a Palavra de Deus e envolverem-se  profundamente na obra do Mestre.
Fforam muitas as experiências vividas por mim com aquelas vidas, vidas tão cheias de entusiasmo e coragem, vez por outra haviam obstáculos a enfrentar, mas Deus nos dava estratégias para lidarmos com cada situação que surgia. Sabemos que em todas as gerações uma das fases mais difíceis do ser humano é a adolescência, uma fase de transição entre a idade  infantil para a fase adulta. É o adulto sendo formado. Quem trabalha ou tem filhos adolescentes sabe o quão necessário é  uma atenção redobrada para com eles e, se descuidarmos um pouco que seja , corremos o risco de perde-los.
Na Bíblia  encontramos uma passagem que me chama a atenção: Jesus é deixado para trás, está registrado este fato no Evangelho segundo escreveu o doutor Lucas no capítulo 2 e versículos 39 a 52 . Então Jesus é deixado para trás. Quanto jovens e adolescentes ficam literalmente para trás, escolhem  os últimos bancos, dos quais podem escapar sutilmente para fora do templo. Jesus ficou para trás, porque naquela época era costume as mulheres saírem antes do fim das festividades, para adiantar o caminho com as crianças menores, os homens e os adolescentes, por sua vez, vinham depois  quando já  havia terminado a festa, creio que Maria pensou: “ Ele já é um homenzinho, pode ficar com o pai”, e José  por sua vez, deve ter pensado: “Ele ainda é pequeno, deve estar com a mãe . Cada um vê de uma forma diferente o filho.
Para Maria, Jesus já estava na idade de andar com os homens. Vejam que interessante, segundo a língua hebraica, há várias etapas que a criança atravessa, até desenvolver-se e chegar a maturidade. A palavra “Naar”,  que significa mocidade, é a fase da criança dos dez aos treze anos , é a idade de libertação, o menino precisa estudar  as leis criminais e civis (as quais Jesus discorriam fluentemente) , as leis da purificação (educação sexual) , as leis da agricultura e  também aprender uma profissão, o ofício do pai e ainda sobre os sacrifícios para perdão dos pecados (religioso). Para José, Jesus ainda era pequeno e devia estar com a mãe.  Podemos aprender muito com esse casal. Que tratamento devemos dar a nossos filhos nessa idade? Com certeza amados, tem de haver comunicação, acordos, diálogos entre o casal, deve haver um planejamento entre ambos como lidar os privilégios e as responsabilidades do adolescente. Muitas vezes as famílias pensam que os filhos estão com eles e prosseguem no caminho. Se não houver diálogo entre marido e mulher , pais e filhos, como irão saber  o que pensa cada membro da família? José e Maria , quando deram por falta do filho, começaram a perguntar por ele entre os parentes e conhecidos.
Em nossos dias as famílias estão muito ocupadas em tantas coisas, e tem deixado com parentes e amigos seus filhos adolescentes, muitos pais também tem deixado para a escola  a responsabilidade de exercer a maior influencia na vida deles.
Escola, cursos e atividades, celular, tem tomado a maior parte do tempo dos jovens e os pais não sabem que tipo de influencia eles estão recebendo. Temos que aprender com o exemplo de Maria e José . Eles andaram de volta, todo o caminho, tiveram de voltar ao lugar onde o tinham visto pela ultima vez.  Temos que nos perguntar: Quando vimos nosso filhos pela última vez? Realmente os vimos? Quando paramos para conversarmos com eles? Quanto tempo faz? Com quem eles estavam?
José e Maria voltaram a Jerusalém, uma grande cidade onde havia ocorrido uma celebração que durara vários dias , a cidade estava cheia. Havia muitos adolescentes pelas ruas. Se esta cena ocorresse em nossos dias, onde encontraríamos um adolescente? Como o distinguiríamos   entre tantos outros,  se todos vestiam iguais? Posso imaginar a angústia daquele casal, procurando um menino de doze anos de idade na Jerusalém daquela época. Alguns adolescentes, em nossos dias, estão perdidos de seus pais em vários lugares: Nos shoppings, nas praças, nos sites.  Meninos e meninas  estão perdendo completamente a identidade  familiar e o hábito de andar com seus pais.
Deus te livre de tal coisa, mas se  você perder teu adolescente  sabe onde encontra-lo? Você conhece bem o lugar que teu filho frequenta?
Será que o incidente provocou algum tipo de tensão entre o casal? A bíblia não fala a respeito  disso, mas suponho que sim. Você sabia que muitas  tensões conjugais tem a ver com os filhos? Aquele casal não era diferente de todos nós, com certeza tinham os mesmos problemas e lutas. Tiveram que parar um pouco e analisar o que aconteceu. Talvez confiaram demais no filho por ser ele muito obediente, um bom garoto. José e Maria voltaram e foram procura-lo. Infelizmente  muitos pais estão sem os filhos na igreja , perderam-nos de vista, há muito tempo. Deus queira que estejam em Jerusalém (lugar de adoração e culto a Deus).
Quando o encontraram no templo, Maria tão humana quanto todas as mães, disse: Filho, porque fizestes assim conosco? Teu pai e eu procurávamos ansiosos por você.
Temos a tendência de culpar nossos filhos por se afastarem de nós e de nossa igreja. Precisamos nos lembrar que é nossa responsabilidade assegurar que eles estão conosco, que suas necessidades estão sendo supridas . Jesus naqueles três dias em que ficou sozinho em Jerusalém, revelou  seu destino em Deus , demonstrando que veio à Terra para tratar dos negócios do Pai.
Possamos nós, os pais desta geração, aprender com José e Maria a sermos pais dedicados, comprometidos com nossos filhos , com o mais elevado de Deus para suas vidas, sem jamais deixa-los pra trás, Onde estariam longe de alcançarem aquilo para o qual Deus os criou. Deus os  entregou em nossas mãos.

*Sonia Gomes de Araújo Clemente é membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Ponta Porã.

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