Depois da mudança na avaliação, secretária de Educação Básica deixa o MEC

Renata Cafardo
Estadão


Depois da desistência de se avaliar a alfabetização, a secretária de Educação Básica, Tânia Almeida, deixará o Ministério da Educação (MEC). Mesmo sendo a responsável pela área, ela não tinha sido informada sobre a mudança na prova para crianças de 7 anos. Tânia e sua equipe mais próxima discordam da medida e deixavam isso claro nas discussões do grupo de trabalho sobre alfabetização no MEC.

Segundo fontes, o próprio ministro Ricardo Vélez Rodríguez também não sabia da mudança. Há informações de que ele estaria descontente com o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinícius Rodrigues, que teria aprovado a medida sem consultá-lo. Os dois tiveram uma reunião nesta segunda-feira para falar do assunto.

Em nota, Tânia afirmou que “a interrupção intempestiva de uma série histórica poderia vir a ter consequências indesejáveis sobre a análise de evidências e o balizamento de ações em todo o território nacional. Diante dos fatos, desejo sucesso ao governo do Brasil e ao Ministério da Educação e informo que não sou mais responsável pela pasta.”

Ela foi diretora em uma Faculdade de Tecnologia (Fatec) do Centro Paula Souza, autarquia do governo paulista. Ela fazia parte do grupo técnico do MEC, que já teve outras baixas.

Na semana passada, Iolene Lima, que era diretora de formação e muito próxima de Tânia, foi demitida. Ela tinha sido anunciada pelo ministro Vélez como substituta para o cargo de secretário executivo, que agora está vaga.

O secretário executivo até então era Luiz Antonio Tozi, também ex-dirigente do Centro Paula Souza, que foi demitido a pedido do presidente Jair Bolsonaro. O grupo técnico tem rivalizado internamente com os simpatizantes de Olavo de Carvalho, considerado o guru dos bolsonaristas. Foram eles que defenderam a mudança na avaliação nacional.

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