Caixa vai abrir capital de subsidiárias para pagar dívida de R$ 40 bi ao governo, diz Guimarães

Novo presidente da instituição tomou posse nesta segunda-feira (7). Ele disse que quer abrir capital das subsidiárias de cartões, seguros, asset management e loterias ainda neste ano.

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, 
durante entrevista após a cerimônia de posse no Palácio do Planalto 
Foto: Clauber Cleber Caetano/Presidência da República

O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou nesta segunda-feira (7), após cerimônia de posse no Palácio do Planalto, que pretende abrir o capital de subsidiárias do banco público para pagar uma dívida de R$ 40 bilhões que a instituição financeira possui com o Tesouro Nacional.

De acordo com Guimarães, uma forma de fazer esse pagamento ao Tesouro é por meio da abertura de capital (venda de ações) de empresas subsidiárias – controladas pela Caixa Econômica Federal – como as empresas de cartões, seguros, asset management (administração de recursos de terceiros) e também de loterias.

A Caixa é uma empresa 100% pública, que não tem capital aberto, isto é, ações negociadas em bolsa de valores – ao contrário do Banco do Brasil e da Petrobras, por exemplo, empresas de economia mista, com capital público e privado. Por isso, cogita abrir o capital das subsidiárias, afim de levantar os recursos que necessita para quitar a dívida com o Tesouro.

"A Caixa tem uma dívida com o governo de R$ 40 bilhões por meio do chamado IHCD [Instrumento Híbrido de Capital e Dívida]. Essa dívida não tem prazo e isso não é justo. Todos nós aqui temos prazo para pagar, os bancos privados também têm. A determinação do meu chefe, o ministro da Economia [Paulo Guedes], é que esses R$ 40 bilhões serão pagos", declarou a jornalistas.

Em 2015, o governo chegou a anunciar a abertura de capital da Caixa Seguradora, mas o processo acabou não indo adiante.

"Tenho quatro anos para fazer esse pagamento e o farei. As operações estão adiantadas, faremos ao menos duas neste ano, talvez três. É o meu compromisso com o Guedes. Seguridade, cartões e loterias já temos a empresa pronta, e é o tempo de migrar a operação que já existe para essa empresa. A que vai demorar mais é a de asset, pois temos de criar uma empresa, uma DTVM, que precisa de autorização da CVM", explicou o novo presidente da Caixa.

Crédito imobiliário

O novo presidente da Caixa também falou que vai "vender" até R$ 100 bilhões em operações de crédito imobiliário que a instituição possui aos agentes do mercado como forma de obter mais recursos.

Esse tipo de operação é conhecida como "securitização", uma prática que consiste em agrupar esses ativos, convertendo-os em títulos que podem ser negociados no mercado de capitais.

"A Caixa vai passar a ser uma originadora de crédito imobiliário, mais do que reter no balanço. Esse é um tempo de anos. Não vai acontecer em dois, três, quatro anos. O objetivo nos próximos 10 anos é que a Caixa passe a originar 70% do crédito, mas venda uma parte relevante. É assim que é salutar", declarou ele.

Juros

Pedro Guimarães explicou que a classe média terá de pagar juros maiores do que aqueles oferecidos nas operações do programa Minha Casa Minha Vida.

"Se hoje você tem zero de empréstimo para pessoas de classe média, não vão ser os juros do Minha Casa Minha Vida. Quem é classe média, tem de pagar mais. Ou vai buscar no Santander, Bradesco, Itaú. E vai ser um juros de mercado [na Caixa Econômica Federal]. A Caixa vai respeitar os juros de mercado", afirmou o novo presidente da instituição.

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