PGR denuncia Cristiane Brasil e Roberto Jefferson por corrupção
por Redação
Carta Capital
A deputada, seu pai e outros 24 são acusados de montar uma organização criminosa para cobrar propina no Ministério do Trabalho
PTB/Arquivo

Jefferson e Cristiane Brasil: família unida
Raquel Dodge, procuradora-geral da República, denunciou a deputada federal Cristiane Brasil, o presidente do PTB e pai da deputada, Roberto Jefferson, o ex-ministro do Trabalho Helton Yomura, o deputado federal Paulinho da Força e mais 22 políticos, servidores e ex-servidores públicos por organização criminosa.
O grupo é acusado de realizar negociações ilícitas de registros sindicais. A denúncia foi encaminhada ao relator do processo no Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin.
Segundo a PGR, a organização criminosa era dividida em cinco núcleos, dos quais quatro (administrativo, político, sindical e captador) foram alvos da denúncia. A organização, afirma Dodge, fazia cobranças indevidas em troca da concessão fraudulenta de registros sindicais.
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“Os elementos probatórios reunidos no inquérito indicaram que representantes das entidades sindicais ingressaram no esquema criminoso em razão da burocracia existente, que dificulta – e muitas vezes impede – a obtenção de registro àqueles que se recusam a ofertar a contrapartida ilícita”, registra a peça de acusação.
Jefferson, Cristiane Brasil e Paulinho da Força integravam, de acordo com a PGR, o núcleo político e sindical, responsável por indicar e manter em seus cargos comissionados os funcionários do Ministério do Trabalho que cuidavam de agilizar os registros de quem pagava propina.
Também participavam desse núcleo o ex-ministro Yomura e os deputados federais Jovair Arantes. Nelson Marquezelli, Wilson Filho e Ademir Camilo.
O presidente do PTB, aponta a procuradora-geral, atuava como padrinho dos servidores que mantinham o esquema em funcionamento no ministério. Interceptações telefônicas teriam indicado o “poder de mando” de Jefferson na estrutura.
Cristiane Brasil, por sua vez, trabalharia para proteger esses funcionários lotados no Ministério do Trabalho, conduzindo processos fora da ordem cronológica e manipulando os registros.
Apesar de a deputada ter sido barrada no comando da pasta, o grupo, garante a PGR, conseguiu manter, com Yomura, o esquema em funcionamento: “Os elementos reunidos indicam que, no lugar de Cristiane Brasil, a organização colocou no cargo máximo do Ministério do Trabalho alguém devidamente compromissado com os interesses do grupo e já envolvido com manipulação, inclusive cronológica, dos processos de registro”.
A propina cobrada por registro chegava a 3,5 milhões de reais, relata Dodge.
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