Fake news: aprenda a identificar uma notícia falsa

Após ser assassinada, a vereadora Marielle Franco teve a sua reputação abalada pela 
disseminação de mentiras a seu respeito nas redes sociais

(iStock/iStock)

O assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), no dia 14 de março, colocou mais uma vez em evidência um problema que afeta diversos países e começa a interferir seriamente no Brasil: a difusão pela internet de notícias falsas que aparentam ser verdadeiras – as chamadas fake news.

Marielle era conhecida pelo ativismo na defesa dos direitos humanos e mantinha uma postura crítica em relação aos abusos policiais. Ela foi relatora da comissão na Câmara dos Vereadores responsável por acompanhar a intervenção das Forças Armadas no Rio de Janeiro. Passadas duas semanas do crime, ainda não se sabe quem matou ou quem ordenou o atentado contra Marielle e o motorista que a acompanhava, Anderson Pedro Gomes. O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro trabalha com a hipótese de que a polícia ou a milícia estejam envolvidas no assassinato. Ou seja, a principal linha de investigação acredita que Marielle foi morta por se colocar na linha de frente dos abusos cometidos pelas autoridades policiais e militares.

BOATOS SOBRE MARIELLE SE ESPALHAM NA REDE

A vereadora Marielle Franco (Facebook/Reprodução)

Não bastasse o seu brutal assassinato, Marielle sofreu um novo ataque, desta vez na esfera virtual. No dia seguinte à sua morte, passaram a circular pelas redes sociais notícias infundadas sobre o envolvimento da vereadora com o traficante Marcinho VP e a facção criminosa Comando Vermelho. O deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) e a desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio, replicaram informações falsas associando Marielle ao tráfico de drogas, o que teve grande repercussão.

Posteriormente, o site Ceticismo Político publicou uma fake news na tentativa de fazer os leitores acreditarem nessa falsa relação entre a vereadora e o crime organizado. A notícia mentirosa logo se disseminou pelas redes sociais.

No último sábado (24/3), o Facebook retirou do ar o site Ceticismo Político. Ele era administrado por Carlos Augusto de Moraes Afonso, que é sócio de Pedro Augusto Ferreira Deiro, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), grupo político de direita que ajudou a disseminar a fake news sobre a vereadora. Na quarta-feira (28/3), a Justiça ordenou o Facebook a retirar do ar todas as publicações com notícias falsas envolvendo o caso Marielle.

COMO NÃO SER ENGANADO

(iStock/iStock)

A fake news criada pelo site Ceticismo Político foi compartilhada 360 mil vezes. Em muitos casos a divulgação é feita por usuários de forma deliberada, quando eles sabem que se trata de uma notícia falsa. Mas, em diversas situações, as pessoas desconhecem que estão lendo uma fake news e acabam compartilhando o conteúdo simplesmente pelo fato de a suposta notícia estar alinhada com o seu pensamento político.

Para ajudar a população a separar o joio do trigo, a Federação Internacional das Associações e Instituições de Bibliotecária (IFLA, na sigla em inglês), publicou um receituário para identificação de notícias falsas veiculadas nas redes sociais. Ele é composto de oito dicas:

1. Atente para a fonte de informação: analise outras postagens do site para tentar entender sua missão e propósito;

2. Leia além do título: as manchetes são feitas para chamar a atenção; é importante ler o texto completo;

3. Cheque os autores: verifique se eles de fato existem e são confiáveis;

4. Busque fontes de apoio: encontre outros recursos que deem respaldo ao texto;

5. Confira a data da publicação: veja se a história ainda é relevante e atual;

6. Indague se é uma piada: a notícia pode ser uma sátira ou paródia. Pesquisa o site e o autor para ter clareza;

7. Revise seus preconceitos: avalie se suas crenças estão afetando seu julgamento;

8. Consulte especialistas: confirme a informação com fontes independentes, instituições e sites voltados à checagem de notícias.

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