PM prende o presidente da Associação dos Cabos e Soldados

por Inaldo Sampaio

alberisson-carlos
Por ter descumprido uma ordem judicial do desembargador do Tribunal de Justiça, José Fernandes de Lemos, o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Alberisson Carlos, foi preso na tarde desta sexta-feira (9) quando comandava uma assembleia geral da categoria na Praça do Derby, no Recife, para decidir se faria ou não greve em protesto por reajuste salarial.
Ele foi surpreendido por uma notificação do oficial de justiça e logo depois foi preso em flagrante por PMs da Companhia Independente de Operações Especiais.
Também foi preso na mesma ocasião o vice-presidente da Associação, Nadelson Leite. Ambos foram levados coercitivamente para o Quartel do Derby, sede do comando da corporação.
“Podem prender meu corpo, mas minha mente continuará livre. Eu estou sendo preso, mas não pode haver indisciplina. Não podemos deixar que isso tudo se transforme em confusão”, declarou Alberisson Carlos minutos antes de ser preso.
Eles foram conduzidos para o QG do Derby em companhia do deputado estadual Joel da Harpa (PTN), que também é soldado da PM.
Na véspera, liminar expedida pelo desembargador José Fernandes determinou às quatro Associações que representam os militares que elas não podem fazer greve por imperativo constitucional.
Eventual descumprimento da ordem judicial implicaria o pagamento de uma multa diária no valor de R$ 100 mil. A propósito, Alberisson Carlos declarou que a reunião de hoje (9) não significou “greve” mas apenas uma consulta aos policiais sobre os rumos do movimento, o que estaria protegida pela Constituição.
“Ninguém pode nos tirar o direito de fazer reunião. É um direito garantido pelo artigo 5° da Constituição”, disse o presidente da Associação, cada vez mais exaltado diante da liminar do desembargador.
A Associação dos Cabos e Soldados reivindica ao Governo do Estado mudanças no Plano de Cargos e Carreiras da categoria para equiparar o salário de um PM em início de carreira ao de um agente da Polícia Civil do mesmo nível e de um coronel ao do delegado em final de carreira.
Se a proposta fosse aceita, a remuneração de um soldado passaria de R$ 2.319,89 para R$ 4.497,84 – o que o Governo do Estado diz ser impossível de atender.
Por outro lado, o salário de um coronel passaria de R$ 13.160,95 para R$ 22. 498,82 – o que também não cabe no orçamento do Governo do Estado.

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