Após “desastre” no Caso Morato, SDS criará novas regras para preservar locais de crime
por Raphael Guerra
Jornal do Commercio
SDS reconheceu erro em relação à preservação do cenário da morte de Paulo César Morato. Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Jornal do Commercio
Cinco dias após assumir publicamente falhas relacionadas a preservação do cenário em que o corpo do empresário Paulo César Morato foi encontrado, dentro de um quarto de motel, em Olinda, o secretário-executivo de Defesa Social, Alexandre de Almeida Lucena, criou uma portaria para que novos procedimentos sejam adotados pela polícia em locais de crime ou de mortes a esclarecer. A decisão foi publicada no Diário Oficial.
Uma das principais falhas no Caso Morato aconteceu quando os primeiros policiais e a equipe do Instituto de Medicina Legal chegaram ao quarto onde estava o corpo do empresário. Por supostamente acreditarem que se tratava de uma morte natural, o cadáver foi logo colocando dentro de um saco e nenhum tipo de isolamento foi realizado. Quando a equipe de plantão do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa chegou, o cenário já estava isolado e possíveis provas começaram a ser perdidas.
O perito papiloscopista, responsável pela coleta de digitais, só fotografou o local e decidiu voltar no dia seguinte com mais calma, seguindo um padrão comum em casos complexos. No entanto, por ordem da SDS, os profissionais foram impedidos de realizar a perícia complementar – o que, segundo os papiloscopistas prejudicou o laudo final para esclarecer a morte do empresário.
A partir desta semana, um grupo de trabalho desiginado por Lucena começará a discutir as novas regras, cujo prazo é de até 15 dias para a apresentação das propostas de mudanças a serem adotadas pelos profissionais de segurança. Foram convocados para a missão os delegados Joselito Kehrle e Mauro Cabral, além de dois peritos criminais, dois médicos legistas, dois papiloscopistas e dois escrivães de polícia. Joselito, que é diretor integrado metropolitano da Polícia Civil, será o presidente da comissão.
Mudanças na SDS?
A sucessão de erros e falhas de comunicação entre os policiais militares, civis e peritos criminais e papiloscopistas no Caso Morato foi considerada desastrosa e abalou a cúpula da Secretaria de Defesa Social (SDS). Nos bastidores, comenta-se que após a “poeira baixar” mudanças de gestores podem ser comunicadas pelo Governo do Estado, sem muito alarde.
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