O Ibope contra Temer

Por LEOPOLDO VIEIRA



Pesquisa do Ibope divulgada nesta segunda-feira, 25/04/2016, crava que 62% apoiam a convocação de novas eleições, 25% que Dilma fique e reformule o governo e apenas 8% que o vice-presidente Michel Temer assuma.

O que querem dizer os números?

1) Que Temer é rechaçado pelos que querem o afastamento da presidenta e pelos que não querem.

2) Que 1/4 da sociedade está com Dilma e não abre. 1/4 da sociedade são 50 milhões de brasileiros que não podem ser ignorados. Por isso, Lula, em encontro da Aliança Progressista (da qual é amigo o Partido Democrata dos EUA), disse que haverá luta democrática no Brasil.

3) A solução golpista foi substituída pela vontade de aferir os projetos colocados para superar a crise política e econômica.

4) Temer sequer tem condições sociais de governar.

Bom, mas aqui é preciso pôr a lupa nos números.

É evidente que este índice é composto também por eleitores da presidenta, sobretudo entre os mais pobres, descontentes com o crescimento do desemprego e da inflação.

Ocorre que ambos são resultantes da chantagem política permanente liderada por Eduardo Cunha que paralisou o Brasil e pelos impactos da Lava Jato, que se recusa a separar executivos investigados e/ou condenados em primeira instância das maiores construtoras do País.

Ou seja, se tiver oportunidade, Dilma pode convencer a sociedade, estes 62%, de que pode ser depositária novamente da confiança popular.

A questão é: por que o Supremo Tribunal Federal não afasta o verdadeiro protagonista da deterioração das condições de vida da população e corta as arestas abusivas da famosa operação?

Infelizmente, a escolha da Câmara foi pela família, filho, amante de deputado, menos pela estabilização e pela análise das acusações contra Dilma: ter sido firme em proteger empregos, salários e políticas sociais. Espera-se que o Senado faça outras escolhas.

O Instituto poderia abrir 100% seu questionário. Isto feito, poderíamos indagar por que perguntas como "Você é a favor ou contra o Impeachment?", tão tradicional nos levantamentos anteriores deram lugar a juízo sobre eleições gerais, ou, então, a óbvia "Você prefere Dilma ou Temer como presidente da República?".

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