Deputado do RS diz que universitários deveriam ser "queimados vivos"

Bibo Nunes (PL-RS) fez vídeo em que ofende estudantes e afirma que jovens mereciam ser queimados vivos após manifestação por cortes no orçamento na Educação; MPF investiga caso

MA Mariana Albuquerque*
Correio Braziliense

(crédito: Foto: Reprodução/Facebook)

O Ministério Público Federal (MPF) declarou nesta sexta-feira (21/10) ter instaurado um procedimento para averiguar uma manifestação publicada pelo deputado federal Bibo Nunes (PL-RS) em suas redes sociais. No vídeo em questão, ele afirma que estudantes das universidades federais de Santa Maria (UFSM) e de Pelotas (UFPel) mereciam ser queimados vivos.

O vídeo foi gravado pelo próprio Bibo, com o objetivo de criticar protestos dos estudantes contra o corte de verbas nas instituições de ensino superior por parte do governo. O deputado também criticou os alunos por atos em protesto ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nunes afirma na postagem que alunos são inúteis, lixo, escória e "débeis mentais". O comentário sobre o desejo de os universitários serem "queimados vivos" está sendo alvo de crítica por internautas, entre outro motivos, pelo fato de a Universidade de Santa Maria ter sido palco do incêndio na boate Kiss, tragédia que matou 242 pessoas e feriu 636 outras em 2013.

“Ser rico e não ter noção, como esses aí, é o filme Tropa de Elite. Sabe o que aconteceu? Olha o filme I. Pegaram aqueles coitadinhos, aqueles riquinhos ajudando pobre, que se deram mal e queimaram vivos. Queimaram vivos dentro de pneus, queimaram vivos, e é isso que esses estudantes alienados, filhos de papai e que têm grana merecem. Não que eu queira isso, mas eles merecem porque eles estão arriscando acabar com o nosso Brasil", diz Bibo no vídeo.

"Indignação, incredulidade e verdadeira tristeza"

A ação do MPF atende representação do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdecir Oliveira (PT), e do radialista Luciano Guerra. Após a repercussão, Nunes negou que tenha dito que os estudantes mereçam queimar vivos.

Em nota, a UFSM repudiou "todo e qualquer discurso de ódio, de falta de civilidade, que não tolere as diferentes opiniões ideológicas e políticas e que incentive agressões". Já a Universidade de Pelotas afirmou que "o sentimento é de tamanha indignação, incredulidade e verdadeira tristeza".

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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