Prefeito confirma que pastor pediu ouro para destravar demandas no MEC

Prefeito de Luís Domingues (MA) afirmou que pastor Arilton Moura pediu R$ 15 mil e 1 kg em ouro para acelerar liberação de recursos

Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles

O prefeito Gilberto Braga, de Luís Domingues (MA), confirmou, nesta terça-feira (5/4), que o pastor Arilton Moura cobrou pagamento de propinas no valor de R$ 15 mil e em barra de ouro para destravar as demandas do município junto ao Ministério da Educação. A fala ocorreu durante audiência convocada pela Comissão de Educação do Senado Federal.

Em oitiva aos senadores membros do colegiado, Braga narrou que esteve em uma agenda em Brasília, em 7 de abril do ano passado, para tratar da destinação de verbas do MEC para o município maranhense. Tratava-se de uma palestra na qual estava presente Arilton Moura, secretário da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

Após o evento, o religioso teria convidado mais de 20 prefeitos presentes para irem almoçar. Foi nessa ocasião que teria ocorrido o pedido de propina, segundo Braga.

“O pastor Arilton Moura convidou todos os prefeitos para um almoço em um restaurante e disse que seria por conta dele. Foi quando o pastor Arilton virou para mim e quis saber minhas demandas; apresentei para ele e ele me disse: ‘Você vai me arrumar os R$ 15 mil para mim [sic] protocolar as suas demandas e, depois que o recurso já estiver empenhado, você, como sua região é de mineração, vai me trazer 1 kg de ouro'”, detalhou o gestor municipal aos senadores.

Braga relata que se recusou a cumprir com a oferta e que, após o episódio, os recursos não foram liberados ao município. O prefeito maranhense também disse que os valores apresentados pelo pastor para destravar demandas na pasta foram divulgados a todos os prefeitos presentes no almoço.

Café com o ministro

Ainda na audiência, o prefeito Calvet Filho, de Rosário (MA), confirmou aos senadores ter se encontrado com o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro em seu apartamento, na Asa Norte, em Brasília, para conversar sobre as demandas educacionais do município. O gestor disse que “tomou um café” com o ex-titular do MEC.

“Tenho uma equipe em Brasília que fica responsável por captar recursos. Conseguimos uma agenda para falar com o ministro; não era uma agenda formal: onde ele estivesse, nós nos encontraríamos com ele”, narra.

O encontro, segundo Calvet, ocorreu após visita do ministro ao município para acompanhar obras federais do ministério. “No ano passado, estivemos aqui a visita de Milton, e o conheci pessoalmente. Esteve para ver a obra no IFI, momento que o conheci pessoalmente e comecei a fazer algumas reivindicações sobre a nossa cidade, de obras que estavam paradas: duas creches, aparelhos públicos que estão virando elefantes brancos”, relatou.

O gestor municipal, porém, nega ter recebido pedido de propina de Ribeiro. “Em momento nenhum me pediu propina. Tratei direto com o ministro”, enfatizou, ressaltando que não houve interlocução de pastores para tratar das demandas municipais.

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