PT E PSB AINDA DECIDEM SOBRE IMPASSES PARA DEFINIR FEDERAÇÃO

Partidos se reuniram em Brasília para dar continuidade às negociações
 sobre a construção de uma federação entre as legendas. 
Foto: Divulgação

Congresso em Foco

Representantes do Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialista Brasileiro (PSB), Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e Partido Verde (PV) estiveram reunidos em Brasília esta semana para dar continuidade às negociações sobre a construção de uma federação entre as legendas. Segundo a avaliação dos dirigentes, a reunião, que aconteceu na última quinta (27) foi positiva, mas ainda não resolveu os principais impasses entre as siglas. As divergências têm relação com a construção das candidaturas estaduais..

Por outro lado, o encontro iniciou as negociações sobre a distribuição de cadeiras na assembleia-geral, que corresponde aos dirigentes que ficarão no comando decisório após formada a federação. O PT, maior partido dos quatro, ficaria com 27 das 50 cadeiras do órgão que deve assumir o posto de comandante da federação. Enquanto isso, 15 devem ser do PSB. PCdoB e PV ficariam cada um com outras quatro cadeiras. A divisão ocorrerá pelo número de deputados na Câmara. Nesse caso, o tamanho da maioria petista no conselho seria ainda maior.

Atualmente, a legenda petista reúne 53 deputados; o PSB, 30; o PC do B, 8 e o PV, 4.

A reunião que contou com a participação da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), do presidente do PSB, Carlos Siqueira, da presidente do PCdoB, a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, e do presidente do PV, Luiz Penna. Além do líder do PCdoB, Renildo Calheiros (PE), os deputados José Guimarães (PT-CE), Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e o ex-governador do Distrito Federal Rodrigo Rollemberg (PSB) estiveram presentes.

O grupo ainda tenta estabelecer que toda decisão precise de quórum mínimo de votantes. Além disso, estudam um rodízio no comando da assembleia, que teria como direção um presidente e três vices — totalizando uma vaga para cada sigla. A presidência, assim, será rotativa, ficando um período sob o controle de cada partido-membro da federação.

A oficialização da união deve acontecer no final de março ou, mais provavelmente, em abril. É o tempo que se espera para que os diversos detalhes da aliança se resolvam, principalmente o maior deles, que é a questão da candidatura ao governo de São Paulo.

Caminhos para a união

A aliança entre PT e PSB tendo o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin como o candidato a vice de Lula nasceu do segmento paulista do PSB, mais especificamente de Márcio França. Desde então, vem-se construindo a ideia de que tal aliança seria a concretização de uma união de democratas em torno da necessidade de reconstrução do país.

Apesar de haver resistências, especialmente vindas do campo mais à esquerda que apoia Lula, a ideia amadurece.

O apoio da aliança de Márcio França é condicionado à sua candidatura ao governo de São Paulo pelo PSB. O PT, por outro lado, tem outro nome nas suas cogitações: o ex-candidato à presidência pelo partido em 2018, Fernando Haddad.

Nas discussões anteriores, foi sugerido que fosse realizada uma pesquisa em São Paulo colocando Haddad e França como opções. Quem se saísse melhor, seria o candidato, e o outro apoiaria. A sugestão, no entanto, não foi acatada, o que atrasou as conversas acerca de São Paulo.

Os dirigentes ainda aguardam a autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para concluir as negociações. A data-limite para apresentar à corte o pedido de reconhecimento de federação é até 1º de março. Os quatros partidos devem se reunir nas próximas semanas para bater o martelo sobre as candidaturas nos governos estaduais.

Uma vez federados, a união tem validade de quatro anos, sendo indissolúvel no meio do mandato. Assim, entram na equação também as eleições municipais de 2024.

AUTORIA
SANDY MENDES Repórter. Formada em Jornalismo pela Universidade Paulista (Unip). Passou pelas assessorias de comunicação da Receita Federal e da Anasps. Também atuou como estagiária do colunista Guilherme Amado e no Poder360.

RUDOLFO LAGO Diretor de Congresso em Foco Análise. Formado pela UnB, passou pelas principais redações do país. Responsável por furos como o dos anões do orçamento e o que levou à cassação de Luiz Estevão. Ganhador do Prêmio Esso.

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