Morre um pouco da nossa História!

Por Zé Minhoca


“Seu Sabão” foi uma daquelas pessoas que a história registra como alguém, que depois da morte, deixa um legado às futuras gerações. 

Ainda criança, eu o vi, incontáveis vezes, frequentando a minha casa, onde conversava com o meu pai, de quem era, além de amigo, colega de profissão, pois, eram ambos profissionais da estrada. Meu pai, caminhoneiro, ele, “transportador-de-carro”, ou como se dizia na época, “caravaneiro”, ou seja, aquele motorista profissional que se aventurava pelas sofridas estradas brasileiras, trazendo carros novos, na verdade, Jeepes e o utilitário Rural, da Willys, de são Paulo para o Nordeste, especialmente para Recife; Caruaru; João Pessoa e Campina Grande.

E, “Seu Sabão”, fazia parte de um grupo de “caravaneiros”, do qual faziam parte outros ilustres e saudosos santa-cruzenses, como Tio Miguel do Motor; “Sapato Velho”; Nelson Assis; Agamenon Catolé; Fernando Silvestre (Seu Noronha) e seu irmão, Ivanildo Silvestre (Dida).

Lembro-me dele, com os seus inseparáveis óculos Ray-ban, descarregando do Jeep ou da Rural, sacos e caixas com mantimentos e roupas compradas em São Paulo, para a sua família e para outras pessoas que lhe encomendavam. E à noite, na calçada da nossa casa, ao lado de outros companheiros, contava das aventuras e dificuldades enfrentadas, e eram muitas, pois cada viagem dessas levava em torno de 12 a 15 dias, para ser concluída.

E hoje, cumprindo o que determina a Lei imutável da Natureza, depois de 94 (noventa e quatro) anos de vida bem vivida, eu o acompanhei na sua última viagem!

Obrigado, “Seu Sabão”, o senhor saiu da vida, mas vai ficar na história! Principalmente, para a história da minha cidade!

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