Jaques Wagner volta a pedir renovação no PT e diz que partido foi criado "num mundo que está indo embora"

“A gente ainda não atualizou a agenda do mundo do trabalho”, defende o senador petista Jaques Wagner, ao reiterar críticas ao PT

Jacques Wagner (Foto: Gisele Federicce)

247 - O senador Jaques Wagner (PT-BA) voltou a fazer críticas ao Partido dos Trabalhadores em meio ao resultado da legenda nas eleições municipais. 

Em entrevista ao The Intercept Brasil, Wagner defendeu que o PT precisa reformular sua agenda programática. "O PT foi fundado num mundo que está indo cada vez mais embora. Por isso é que falo que precisamos de uma mudança geracional. Óbvio que eu acompanho, uso tudo isso, mas minha neta está cem vezes na minha frente", afirma Wagner. "Veja o Bruno Covas, a moçada em volta dele, seus secretários, têm 30, 40 anos. Estão com plena energia. É diferente. As pessoas ou vão entender isso ou vão ficar falando de outros tempos. Mas acho que o PT já está entendendo isso", acrescenta. 

“A gente ainda não atualizou a agenda do mundo do trabalho”, defende o senador, questionado sobre como um partido nascido no sindicalismo de categorias numerosas fará para se conectar com um trabalhador cada vez mais informal e uberizado.

Jaques Wagner também critica as chamadas "pautas identitárias", afirmando que elas ocuparam espaço "excessivo" na agenda do partido. 

"A pauta chamada identitária, que ocupa a nossa agenda há muito tempo, principalmente após o regime autoritário, é mais do que justificada – está aí o racismo nos Estados Unidos e o episódio terrível [do assassinato de João Alberto Silveira Freitas, negro, por seguranças do Carrefour] no Rio Grande do Sul. Como isso tudo estava represado, passou a ocupar nossa agenda centralmente e virou uma espécie de ditadura do politicamente correto. E aí acho que a gente produziu uma porção de gente que se recolheu com medo dessa imposição [da pauta], que não foi só da gente da esquerda, mas também das novelas", afirma. 

Após o resultado das eleições municipais, Jaques Wagner defendeu uma renovação no PT e disse que o partido não poderia mais ficar "refém" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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