Arquivo vivo, Fabrício Queiroz usava colete à prova de balas no momento da prisão


Ex-policial Fabrício Queiroz estava escondido em chácara de advogado da família Bolsonaro há um ano. Assim como o ex-miliciano Adriano da Nóbrega, executado em fevereiro, Queiroz é considerado um arquivo vivo

Queiroz foi preso em chácara de advogado de Flávio Bolsonaro, em Atibaia

Fabrício Queiroz, ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), preso em Atibaia, na manhã desta quarta-feira (18), estava na casa do advogado Frederick Wassef havia cerca de um ano, segundo informou um dos caseiros que estava no imóvel à Polícia Civil.

“O caseiro informou que ele estava por volta de um ano aqui. Tinham dois funcionários no fundo da casa, em uma edícula”, revelou o delegado Nico Gonçalves à GloboNews.

Queiroz foi encontrado no imóvel de Frederick Wassef, advogado do parlamentar, e levado para unidade da Polícia Civil no Centro da capital paulista.

Em setembro de 2019, quando não se sabia o paradeiro de Fabrício, Wassef disse à TV Globo não saber onde estava o ex-assessor, e afirmou não ser o advogado dele.

Ainda de acordo com o delegado, dois celulares foram apreendidos pela equipe do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo), além de documentos e uma quantia em dinheiro ainda não especificada.

“Dois celulares foram apreendidos, alguns documentos que o Gaeco apreendeu que pode ser interessante para eles, e um pequeno valor que foi apreendido com ele, que eu não sei exatamente a quantia”, disse Nico Gonçalves.

O delegado também informou que Queiroz estava dormindo no momento da prisão, ficou surpreso, mas não ofereceu resistência. Teria dito apenas que estava doente.

“Ele estava dormindo, tranquilo, se mostrou surpreso, e só falou que está com a saúde muito abalada. Por isso estamos levando ele para um médico da policia”, afirmou o delegado.

Nico explicou que foi necessário arrombar a porta e cortar uma corrente para conseguir entrar no imóvel.

“Nós tocamos a campainha, talvez pelo adiantado da hora, eles não escutaram. Tinha uma corrente, nós precisamos cortar a corrente, e abrir a porta meio forçada para poder chegar até ele.”

Queiroz foi preso por volta das 6h desta quarta em uma ação da Polícia Civil de São Paulo e do Ministério Público de SP.

Por volta de 8h20, ele chegou à sede da Polícia de São Paulo, após realizar exames no IML. Ele será encaminhado para o Rio de Janeiro, onde será ouvido pela polícia.

Esquema

Policial Militar aposentado, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”, segundo relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf).

Ele trabalhou para o filho do presidente Jair Bolsonaro antes de Flávio tomar posse como senador, no período em que ele era deputado estadual no Rio. A filha de Queiroz trabalhou para o próprio presidente.

De acordo com a investigação em São Paulo, o imóvel onde Fabrício Queiroz estava, em Atibaia, começou a ser monitorado há 10 dias, a pedido de promotores do Rio.

Informações de um celular apreendido indicava que ele estaria vivendo lá, escondido. O imóvel é uma casa ampla, usada como escritório pelo Fred Wassef. Toda a operação foi conduzida em sigilo.

No momento da prisão, Queiroz foi escoltado pela polícia usando um colete à prova de balas. Assim como o ex-miliciano Adriano da Nóbrega, executado em fevereiro, Queiroz é um arquivo vivo.

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