Com exterior, dólar fecha a R$ 5,90, um novo recorde; Bolsa encerra aos 77 mil pontos

Influenciou o mercado, a informação de que o Fed não trabalha com a possibilidade de juros negativos; a máxima do dia, moeda era negociada pelo valor histórico de R$ 5,94

Redação, O Estado de S.Paulo

O dólar sofre nova escalada nesta quarta-feira, 13, e já ultrapassa, pela primera vez, o patamar dos R$ 5,90. Como consequência, a moeda terminou novamente o dia em um novo recorde nominal, quando não se considera a inflação, para um fechamento a R$ 5,9008, uma alta de 0,55%. Influenciou na cotação hoje, o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano). Porém, apesar dos resultados negativos, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, teve um pregão relativamente estável e fechou com queda de 0,13%, aos 77.772,20 pontos.


Apesar dos resultados, a moeda americana começou o dia em queda de 0,75%, cotado a R$ 5,8245. No entanto, ainda pela manhã, ela tornou a subir e chegou perto de R$ 5,8620 - valor próximo ao do fechamento da última terça-feira, 12, quando encerrou a R$ 5,8657. Era por volta das 11h quando a moeda subiu mais de 0,67% e rompeu o patamar de 5,9077.

Dólar Foto: Reuters 

Devido ao crescente ritmo de apreciação, o dólar já tem valorização de 46,37% apenas em 2020 - para se ter uma ideia, no começo do ano, a moeda era cotada a R$ 4. Ainda nesta quarta, o Banco Central tentou controlar o movimento de alta, com a venda de contratos de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro) de US$ 500 milhões, antes do meio-dia. A venda foi integral e corresponde à terceira oferta seguida desse montante na semana, totalizando US$ 1,455 bilhão no período.

No entanto, apesar dos valores cada vez mais alarmantes para a moeda, a B3 não sofreu maiores perdas nesta quarta. O Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, oscilou ao longo do dia entre os 77 mil e 78 mil pontos. Na máxima do dia, pouco após a abertura, ele subia aos 78.899,74 pontos - e na mínima, caía aos 77.161,37 pontos.

Os resultados do mercado brasileiro refletem nesta quarta, a fala de Jerome Powell, presidente do Fed, de que a autoridade monetária não considera a implementação de juros negativos nos Estados Unidos. Ele ainda acrescentou que esta não é "uma política atrativa" e que sua eficácia é "mista".

Contudo, Powell ainda comentou que medidas adicionais podem ser necessárias, para evitar ainda mais impactos na economia americana em função do coronavírus. Nesse cenário, o presidente do Fed disse também que a recuperação pode demorar algum tempo, que ampliou para o mercado os riscos de que problemas de liquidez se transformem em uma crise de solvência.

Cenário local 

O risco político segue no radar local em meio a sinais mistos nas bolsas no exterior após dados de atividade industrial ruins na Europa e antes de um discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Investidores especulam que o BC americano poderá vir a adotar juros negativos, como parte de sua estratégia para combater os efeitos da pandemia de coronavírus. 

No Brasil, há expectativas sobre o veto do presidente Jair Bolsonaro ao congelamento dos salários dos servidores até fim de 2021 no projeto de lei que autoriza repasse direto de R$ 60 bilhões aos Estados e municípios, e também sobre os desdobramentos da exibição do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril. O Broadcast/Estado apurou que o presidente Jair Bolsonaro admitiu, na reunião, a necessidade de trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio para defender a sua família, que, segundo ele, estaria sendo “perseguida”. Naquele dia, logo depois de citar a família, Bolsonaro afirmou, em tom irritado - segundo relato de investigadores -, que trocaria a superintendência fluminense da PF, chamada por ele de “segurança do Rio”. 

Mercados internacionais

Em meio à possibilidade de uma nova onda de contaminações pelo novo coronavírus, causador da covid-19, em países que já haviam registrado quedas significativas nos dados sobre a doença, os mercados internacionais vêm tendo uma semana agitada, com expressivas diferenças de direções, com queda e crescimento, em claro sinal de volatilidade, durante um mesmo dia. 

Na manhã desta quarta-feira, 13, as Bolsas da Europa abriram as negociações em queda generalizada, não só pelo receio de novo ciclo da pandemia na Europa e na Ásia, mas também por dados econômicos fracos, como o recuo de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) do Reino Unido. Na Ásia, os resultados tiveram um tom mais positivo, com apenas Hong Kong e Japão fechando com o índice de maneira negativa. Os mercados da região aguardam discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell. / SILVANA ROCHA, LUCIANA XAVIER, SERGIO CALDAS E FELIPE SIQUEIRA

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