Alcolumbre chama ato de Bolsonaro de "inconsequente"; Maia fala em 'atentado à saúde pública'

Presidente do Senado ainda fala em 'confronto' à democracia; presidente da Câmara diz que Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde e fez pouco caso de pandemia do coronavírus

Camila Turtelli e Daniel Weterman, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou um “atentado à saúde pública” a atitude de Jair Bolsonaro de ter participado da manifestação pró-governo da área externa do Palácio do Planalto, interagindo com manifestantes. Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) classificou o comportamento como "inconsequente" e um "confronto" à democracia.


RODRIGO MAIA E DAVI ALCOLUMBRE. FOTO: LUÍS MACEDO/AGENCIA CÂMARA
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e presidente do Senado, Davi Alcolumbre 

“Por aqui, o presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio governo. A economia mundial desacelera rapidamente; a economia brasileira sofrerá as consequências diretas”, disse Maia.

O deputado lembrou ainda crise econômica. “O mundo está passando por uma crise sem precedentes. O Banco Central americano e o da Nova Zelândia acabam de baixar os juros; na Alemanha e na Espanha, os governos decretam o fechamento das fronteiras”, disse. “Há um esforço global para conter o vírus e a crise”.

“O Presidente da República deveria estar no palácio coordenando um gabinete de crise para dar respostas e soluções para o país. Mas, pelo visto, ele está mais preocupado em assistir as manifestações que atentam contra as instituições e a saúde da população”, disse ainda. Para Maia, a situação é preocupante. “Somos maduros o suficiente para agir com o bom senso que o momento pede”, afirmou.

Presidente do Senado também reagiu

"Com a pandemia do coronavírus fechando as fronteiras dos países e assustando o mundo, é inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas", afirmou Alcolumbre em nota.

"A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, e inclusive do presidente da República, responsabilidade", escreveu o presidente do Senado, afirmando ser necessário seguir à risca as orientações do Ministério da Saúde. 

Para o parlamentar, "convidar para ato contra os Poderes é confrontar a democracia". Davi Alcolumbre defendeu iniciativas políticas para reaquecer a economia após a pandemia, mas não detalhou iniciativas.

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