‘Eu estarei no segundo turno’, diz Marília Arraes sobre sua candidatura à Prefeitura do Recife pelo PT

Deputada federal disse ter visto como natural declaração de Lula sobre candidatura própria do PT no Recife

Em entrevista ao Uol neste domingo (26), declarou apoio ao nome de Marília
Arthur Marrocos/Divulgação

Juliana Sampaio
jsamorim@jc.com.br
JC ONLINE

A deputada federal Marília Arraes afirmou, neste domingo (26), em entrevista ao Jornal do Commercio, por telefone, que está confiante na oficialização da sua candidatura à Prefeitura do Recife, na próxima terça-feira (28), quando ela e outros nomes do partido – como o senador Humberto Costa e o presidente municipal da sigla, Cirilo Mota, ­­­– se reúnem com o ex-presidente Lula, em São Paulo. Em entrevista ao UOL neste domingo, o líder petista declarou ser favorável ao nome de Marília para a disputa na capital pernambucana.

“Estou tranquila sobre minha candidatura porque a estratégia do partido em ter candidatura própria foi conversada durante todo o ano de 2019”, disse Marília. Segundo ela, a intenção do PT de ter candidatura própria no Recife partiu da cúpula nacional do partido. Sendo assim, a declaração de Lula foi “natural” e “coerente”. “Ele já vem expressando essa prioridade”, disse.

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Após a declaração de Lula, Humberto Costa e Cirilo Mota, que defendem a continuidade da aliança do PT com o PSB, minimizaram as falas do ex-presidente. “Um ponto de vista não altera em nada na conjuntura”, declarou Mota ao Blog de Jamildo. “Pode ser que a visão dele [de Lula] mude, que a visão da maioria seja diferente”, disparou Costa, também ao Blog de Jamildo.

Sobre a ala resistente do partido, Marília afirmou que vem conversando com os divergentes. “Eles têm a posição favorável à aliança, mas nós temos mais convergências do que diferenças, então, venho conversando para que possamos chegar a um desfecho que una o partido para seguirmos juntos sem fissura”, apontou a deputada, que emendou: “Não é uma opinião qualquer [a de Lula], é a do maior líder do partido”.

Ao UOL, o ex-presidente Lula afirmou que, no caso de um segundo turno com o deputado federal João Campos (PSB), cotado para ser o candidato da Frente Popular à Prefeitura do Recife, e sem Marília Arraes, o PT, então, apoiará o socialista. Questionada se subiria no palanque de João, Marília foi enfática: “Você tem que perguntar se João está disposto a subir no meu palanque no segundo turno, porque eu estarei lá, já ele eu não sei”.

Aliança

Aliados históricos, PT e PSB romperam no Recife em 2012, quando o ex-governador Eduardo Campos, primo de Marília Arraes, aproveitou uma crise entre os petistas para lançar a candidatura do atual prefeito, Geraldo Julio (PSB). Nas prévias, o PT havia decidido lançar João da Costa – hoje favorável à aliança – à reeleição, mas, sob intervenção da executiva nacional, o partido optou pela candidatura de Humberto Costa com João Paulo – agora no PCdoB - depois de deixar o partido por causa dos conflitos envolvendo a articulação pela candidatura de Marília Arraes em 2018.

Nacionalmente, o fim da aliança foi em 2013, para viabilizar a candidatura dele em oposição a Dilma Rousseff (PT). Em 2014, o PT entrou na chapa de Armando Monteiro Neto (PTB), derrotado pelo governador Paulo Câmara (PSB). Naquele pleito, nenhum deputado federal foi eleito pelo partido.

Os partidos voltaram a se entender em 2018, quando o PT decidiu apoiar a reeleição de Paulo Câmara, em detrimento à candidatura de Marília Arraes ao governo do Estado. Marília, então, se elegeu deputada federal e Humberto Costa se reelegeu senador pela Frente Popular. 

Para 2020, o PT voltou a ficar dividido. “Tem que analisar essa linha do tempo. Não ganhamos sozinhos, não podemos ir para nenhuma disputa isolados”, disse Cirilo Mota. “A gente sabe que em 2012 perdeu a eleição por uma leitura talvez não respeitando conjuntura local”.

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