Esquerda deve se unir em 2020, defende Geraldo Julio

Geraldo Julio em entrevista no 20 Minutos 
(Foto: Reprodução/TV Jornal)
Do Blog de Jamildo
O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), voltou a se posicionar contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido) em entrevista ao cientista político Antonio Lavareda, em entrevista ao programa 20 Minutos, da TV Jornal. Para o socialista, é preciso que o campo da esquerda esteja unido para enfrentar a direita nas eleições municipais de 2020.

Geraldo Julio afirmou que as medidas propostas pelo governo federal são prejudiciais às parcelas mais pobres da população e não atingem os “privilégios” dos mais ricos no país. 

“O grande erro das reformas (propostas) é empobrecer os mais pobres, e isso não pode ser bom pois o país, que precisa reduzir a desigualdade até para a economia poder rodar. É preciso que os mais pobres também tenham a oportunidade de consumir, pois, quando eles consomem, a economia está girando”, declarou Geraldo.
Na entrevista, o prefeito ainda prometeu entregas das obras do Teatro do Parque e do Geraldão para 2020, o último do mandato.

Leia os principais pontos da entrevista

Obras

O Brasil tem milhares de obras paradas, a gente tem obras que conseguiu começar e terminar dando prazo como foi o Hospital da Mulher que foi o maior hospital já construído aqui na cidade e tem obras que gente não conseguiu concluir dentro do prazo, mas essas duas obras são obras que, mesmo diante dos desafios do tempo em que elas estão levando, eu tenho um orgulho grande dessas duas obras acontecerem.

O Teatro do Parque é uma obra de restauro, restauro de um equipamento histórico, tombado, por toda a parte de projeto e desenvolvimento, e depois que você começa a mexer vai descobrindo coisas ligadas à questão da preservação. Mas a obra está ficando muito boa andando muito bem, e, em 2020, vai estar concluída, no ano do aniversário. O Teatro do Parque vai ser um entrega muito importante para a cena cultural e para a sociedade toda da cidade.

A obra do Geraldão está em finalização. Nesse momento, faltam algumas questões da parte elétrica e a parte da climatização, porque vai ser climatizado e vai ter ar condicionado. A mudança de padrão no Geraldão é uma mudança muito grande, as pessoas que chegarem no Geraldão vão ver um equipamento com a qualidade num patamar muito acima do que ele era antes. Eu não tenho dúvida nenhuma de que vai ser o melhor ginásio público do Brasil, e ele vai ser entregue logo no início do ano.

Reformas e política econômica

O grande erro dessas reformas é empobrecer os mais pobres, empobrecer os mais pobres não pode ser bom pois o país, que precisa de reduzir desigualdade até para a economia poder rodar. É preciso que os mais pobres também tenham a oportunidade de consumir, quando eles consomem, a economia está girando.

reforma trabalhista prometia criar 6 milhões de empregos, não criou ainda, e o que criou foi sem carteira assinada, só um a cada 10 empregos, é de carteira assinada, os outros nove são informais ou por conta própria e, portanto, sem nenhum direito como, por exemplo, carga horária, descanso aos domingos, férias, licença médica, licença saúde. A reforma trabalhista fez muito mal aos trabalhadores brasileiros.

A Previdência mexeu com o regime geral da Previdência onde a média salarial é de 1290 reais. Eu não acredito que o problema do Brasil são as pessoas que ganham R$ 1.290. Não posso acreditar nisso, acho que tinha outra forma de fazer essa conta do governo federal fechar e não mexer em quem ganha R$ 1.290, não é quem ganha isso que está causando rombo nas contas do governo federal.

Reforma tributária

Agora a reforma tributária que está em discussão. Para fazer a reforma tributária, precisamos mexer na tributação sobre o consumo, reduzindo ela e aumentar sobre a renda e o patrimônio. Aí, sim, você vai poder tributar os mais ricos e poder fazer políticas públicas para os mais pobres. 

O Brasil é ao contrário, tributa muito no consumo. Quem paga mais imposto no Brasil são os pobres e quem paga menos imposto são os ricos. O sistema tributário brasileiro é uma fábrica de desigualdades.

O Brasil tem oportunidade, através da reforma tributária, de mudar isso e fazer com que o Governo tenha recurso para combater a desigualdade, para fazer investimento público, para gerar emprego e garantir os serviços básicos. As políticas econômicas desse governo são políticas que empobrecem os mais pobres e portanto fazem mal o país.

Governo Bolsonaro

A relação administrativa está sendo tocada diariamente normalmente pelos secretários, com representantes dos ministérios dos órgãos no governo federal, conversando normalmente, não percebemos nenhum tipo de patrulhamento em relação a isso. Também porque o governo federal está com poucas ações em relação aos municípios no Brasil inteiro.

A gente sabe o governo federal cortou as verbas da Educação, cortou as verbas da saúde, cortou a verba da tecnologia, cortou a verba da assistência social. Então, não tem muito o que fazer pelos municípios.

A grande maioria dos municípios está quebrada, sem fazer absolutamente nada nas cidades, então não tem esse acontecimento neste ano de governo, não há nenhuma dificuldade aí nessa articulação, não só administrativa, ela corre normalmente mesmo que a gente faça oposição política.

Eleições 2020

Acho que falando do plano nacional as eleições em todos os municípios a gente vai ver as forças de esquerda populares se reunindo porque precisam enfrentar isso que está sendo feito pelo governo federal em relação à população, em relação às camadas mais populares.

Esse desprestígio, essa falta de atenção com a população, acredito que as esquerdas vão se unir nacionalmente para enfrentar o privilégio para os mais favorecidos e a falta para quem realmente precisa de saúde pública, de educação social, enfim, das políticas sociais e da geração de emprego e da geração de renda. As pessoas estão precisando disso. O governo federal não fez nenhuma ação nesse sentido.

Neste fechamento de ano, é o primeiro ano de gestão do governo federal e o primeiro ano em que isso não se ofereceu nada absolutamente nada. A população mais necessitada acredita que isso vai ter reflexo nas eleições do próximo ano sobretudo com campos populares se unindo no país inteiro, combinando estratégias e atuando conjuntamente.

Aqui no Recife, a gente vive uma situação em que a Frente Popular vem atuando conjuntamente nas eleições pelo menos dos últimos dois anos. Normalmente tem um grupo reunido junto à Frente Popular de eleição para eleição, pode ter variado alguns partidos, mas eu acredito que a Frente Popular mais uma vez aqui em Pernambuco vai atuar conjuntamente no processo eleitoral de todo o Estado. A gente não iniciou discussões com os partidos, essa é uma tradição também do PSB de fazer discussões relativas à eleição no ano da eleição porque agora é hora de dar energia total e foco na gestão. As pessoas estão precisando da nossa ação.

Último ano de mandato

É uma alegria muito muito grande ter sido eleito prefeito da minha cidade, cidade onde eu moro, depois reeleito para mais quatro anos de mandato, aliás, eleito com a maior votação da história da cidade.

Longe de ser vaidade, mas de alegria de poder estar vivendo esse momento, fechando o sétimo ano com coisas novas sendo feitas na cidade, intervenções urbanas diferentes, novas ciclovias e ciclofaixas, incremento na área de tecnologia com o Conecta Recife, enfim, coisas novas acontecendo também mesmo que estejamos no sétimo ano e entrar em 2020 com um sentimento de otimismo.

Estou muito otimista com a gestão aqui no Recife, no ano de 2020, a gente vai entregar muita coisa, obras importantes, obras históricas.

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