Juíza decide mandar Deolane a presídio em Buíque para ''resguardar a paz pública''

Advogada e influenciadora vai ficar presa preventivamente no Agreste de Pernambuco

Diario de Pernambuco

Volta de Deolane a presídio foi decretada porque a influenciadora descumpriu medidas cautelares (Rafael Vieira/DP Foto)

Por determinação da Justiça, a advogada e influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, vai ficar presa preventivamente na Colônia Penal Feminina de Buíque, no Agreste de Pernambuco, a cerca de 280 quilômetros de distância do Recife.

Na decisão, obtida pelo Diario de Pernambuco, a juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), alega que a medida tem objetivo de “resguardar a paz pública” e “assegurar que a investigada esteja em um ambiente mais adequado para a preservação da tranquilidade”.

Alvo de investigação contra lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar e de apostas esportivas, Deolane ficou cinco dias na Colônia Penal Feminina do Recife, onde fãs se aglomeraram para cobrar a liberdade da influenciadora e até soltaram fogos quando ela foi beneficiada por habeas corpus na segunda-feira (9).

“Além disso, é fundamental considerar a importância da tranquilidade das demais presas. A presença da investigada em uma unidade prisional que possa oferecer um ambiente mais isolado e controlado é essencial para evitar perturbações e garantir a segurança e o bem-estar das outras detentas”, registrou a migistrada.

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Soltura revogada

Deolane havia conseguido ir para prisão domiciliar por ser mãe de uma menina de 8 anos. Para isso, deveria cumprir uma série de medidas cautelares, como não falar com a imprensa e deixar de usar as redes sociais.

Ela, no entanto, ficou menos de 24 horas fora da cadeia. “No caso dos autos há prova substancial de que a investigada Deolane Bezerra Santos, após sua saída do sistema prisional pernambucano, concedeu entrevistas a diversos repórteres, nas quais alegou que sua prisão foi ilegal e que está sendo alvo de abuso de autoridade, qualificando a prisão como criminosa, citando inclusive o nome da autoridade policial”, disse a magistrada.

“Assim, num raciocínio simples, é de se concluir que Deolane Bezerra Santos, imediatamente após a soltura, descumpriu as medidas cautelares diversas da prisão impostas pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco”.

Para a magistrada, Deolane possui “capacidade significativa de moldar a opinião pública” e poderia “criar um ambiente de pressão sobre as instituições judiciais”, prejudicial ao andamento da ação.

“É importante esclarecer que a investigada não é uma pessoa comum e que sua influência é significativa, dado o seu alcance com mais de 21 milhões de seguidores nas redes sociais. Ao alegar que sofre abuso de autoridade sem apresentar provas substanciais, ela claramente busca obstruir a Justiça”, registra.

A juíza afirmou, ainda, na decisão, que é “evidente” que o objetivo de Deolane seria “mobilizar a opinião pública a seu favor” – uma estratégia “planejada para pressionar o sistema judicial e desviar a atenção dos fatos reais do processo”.

No documento, a magistrada relata que a influenciadora responde a investigação por lavagem de dinheiro, conduta classificada como “grave”, pois “envolve a conversão de recursos financeiros oriundos de atividades criminosas em ativos aparentemente legais, ocultando a verdadeira origem dos fundos e facilitando sua integração ao sistema econômico formal”.

Os envolvidos são acusados de usar “mecanismos sofisticados para ‘limpar’ o dinheiro, tornando-o difícil de rastrear e investigar”, de acordo com a decisão. A investigação envolve a empresa Esportes da Sorte, com sede no Recife, com quem Deolane alega ter contratos de publicidade.

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