Dia da Consciência Negra – Brancos recebem salário quase 50% a mais que negros

Advogado trabalhista João Galamba alega falta de discussões sobre o racismo estrutural


Vinte de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra. Porém, não há muito o que ser comemorado, de acordo com pesquisa Racismo no Brasil, financiada pelo Carrefour e realizada pelo Instituto Locomotiva. O levantamento mostra que, apesar dos negros serem a maioria da população brasileira, são a minoria em cargos de chefia.

A estrutura racista que atinge pretos e pardos diariamente também encontra ressonância nos salários: homens e mulheres brancos/as ganham, respectivamente, 46% e 49% a mais do que colegas negros, mesmo que tenham formação educacional equivalente.

“Mais um dia 20 de novembro chegou e não se vê o poder público, tão pouco os atores sociais, discutindo as problemáticas sobre o racismo estrutural no mercado de trabalho. Novembro, antes de azul, é também preto!”, disse o advogado trabalhista João Galamba, sócio do escritório Galamba Félix Advocacia.

A pesquisa revela ainda que 52% desses profissionais já sofreram algum tipo de discriminação em ambiente de trabalho. Além de 84% dos entrevistados considerarem o Brasil um país preconceituoso em relação às pessoas negras, 54% acreditam que brasileiros não reagiriam bem diante de um chefe negro.

“As desigualdades persistem e são profundas! Resgatar as lutas e enfrentar, não só no mês de novembro, as contradições que a população negra no Brasil tem de superar é uma tarefa de todos que têm o compromisso com uma sociedade mais justa e solidária”, acrescentou Galamba.

IBGE

Já a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os negros representam 72,9% dos desempregados do país, com um total de 13,9 milhões de pessoas nessa situação.

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