Bancada da bala e governo fecham acordo para suavizar regras para policiais

Rodrigo Maia criticou nesta tarde a possibilidade de se retirar a idade mínima para a aposentadoria das carreiras policiais

Adriana Fernandes, Mariana Haubert e Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo

Enquanto os debates avançam no plenário da Câmara para a votação da reforma da Previdência, nos bastidores governo e lideranças dos partidos acertam os últimos detalhes para a votação. Negociadores do governo relataram ao Estadão/Broadcast que um acordo para os policiais foi fechado com a categoria e também com deputados da chamada bancada da bala. 

Para a transição, está acertada a idade mínima de 53 anos para homens e 52 para mulheres e 100% do chamado pedágio, que se refere ao tempo que o policial terá que trabalhar a mais do tempo que falta para se aposentar para obter as chamadas integralidade (se aposentar com o último salário da ativa) e paridade (que é ter os mesmos reajustes dos servidores da ativa).

Policiais protestaram na Câmara dos deputados na última quinta-feira, 4, 
 após destaque que estendia regras especiais de aposentadoria das 
Forças Armadas para agentes de segurança no âmbito da União foi rejeitado
 Foto: Gabriela Biló/Estadão

Com o acordo, a expectativa é que caia o destaque do Podemos que propõe retirar a idade mínima de 55 anos para a aposentadoria das carreiras das polícias, entre elas, Federal, Rodoviária Federal e policiais legislativos. Outro destaque deve ser aprovado para modificar as exigências da categoria.

O lobby por regras mais brandas para as categorias de segurança pública contava com o apoio do próprio presidente Jair Bolsonaro e também de parte da bancada do PSL.
Maia

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta tarde a possibilidade de se retirar a idade mínima para a aposentadoria das carreiras policiais, entre elas, Federal, Rodoviária Federal e policiais legislativos. Para ele, a medida seria um benefício para a categoria no momento em que outras carreiras dão sua cota de sacrifício.

"A retirada da idade mínima é péssima. A construção de uma regra de transição igual a do regime próprio é uma sinalização que não é a melhor, mas ela é mais correta e mais justa porque faz uma transição igual a outros sistemas e não fica parecendo que está se protegendo uma categoria, que seja a polícia ou qualquer outra sem a idade mínima, já que o brasileiro trabalhador vai ter a idade mínima, o regime próprio vai ter idade mínima, é claro que a Polícia Federal também precisa de idade mínima", disse.

De acordo com Maia, todos têm que participar porque, de outra forma, o sistema entrará em colapso fiscal e todos serão prejudicados.

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