Pibão, petróleo e minério fazem Ibovespa começar junho com alta de 2,06%

PETR4 sobe 3,18%, e VALE3 ganha 2,29%. Houve ainda o empurrão de Wall Street, que comemora acordo que evita calote da dívida dos EUA

Por Tássia Kastner
Revista Você S/A


Se o mercado financeiro acreditasse em astrologia, diria que esta quinta marcou o fim de um inferno astral, mercúrio retrógrado ou qualquer outro desses 'fenômenos'. É como se, subitamente, só existissem notícias positivas.

Pois vejamos. O Brasil divulgou nesta manhã que a economia cresceu 4% em relação ao mesmo período do ano passado e de 1,9% na comparação com (ok, fraco) quarto trimestre do ano passado. PIB não costuma emocionar a Faria Lima, já que ele olha para um passado distante (estamos entrando em junho e falando o período encerrado em março, afinal).

O fato é que o número foi melhor que o esperado por economistas e desencadeou uma onda de otimismo, o oposto do clima fúnebre que a pesada taxa Selic tem espalhado sobre parte das empresas.

A essência do otimismo está na revisão das projeções para o crescimento do ano, revistadas para cima. Exemplo: o Citi calculava que o PIB de 2023 subiria 1%; agora acha que será 2,3%. O JP Morgan falava em 1,7%, agora é 2,4%. O BofA foi de 0,9% para 2,3%.

Outro empurrão veio das commodities. Petróleo e minério subiram com gosto nesta quinta, içando Vale e Petrobras para altas magníficas: +3,18% em PETR4, +2,29% em VALE3.

É um combo irresistível demais para o Ibovespa, que avançou 2,06% e terminou o dia a 110.564 pontos. Das 86 ações do índice, 69 subiram nesta quinta.

A alta das commodities veio de arrasto com notícias de dados de produção industrial forte na China. Que tem como um efeito colateral positivo a sinalização de que a economia global continuará a ter um ponto de apoio na Ásia.

O ápice de ver o lado positivo talvez sejam as empresas de turismo e aviação, que subiram mesmo com a alta global dos preços dos combustíveis. Mas foi uma cortesia da Petrobras, que decidiu baixar o preço do querosene de aviação.

A alta das ações nos EUA

"Tempo é um artigo de luxo que o Senado não tem se nós quisermos evitar o default", afirmou Chuck Schumer, senador democrata e líder da maioria na casa.

Acontece que, na noite de ontem, a Câmara americana aprovou a suspensão do teto da dívida, mecanismo que deve evitar um calote de proporções nucleares. É a vez do Senado votar o tema. Com um problema: o Tesouro dos EUA estima que, sem acordo, secará o caixa no dia 4. Daí porque a escassez de tempo dos senadores.

A notícia boa é que o Senado tem maioria democrata, o que facilita as negociações – o oposto da Câmara.

De qualquer forma, investidores entenderam que há acordo para resolver a questão. E cantaram a vitória. S&P 500 e Nasdaq subiram com força (espie aqui embaixo).

Mês novo, esperança nova. Até amanhã.

Maiores altas
Locaweb (LWSA3): 10,70%
B3 (B3SA3): 7,73%
Localiza (RENT3): 6,43%
Magazine Luiza (MGLU3): 6,32%
CVC (CVCB3): 6,21%

Maiores baixas
Energisa (ENGI11): -4,31%
JBS (JBSS3): -2,08%
Tim (TIMS3): -1,65%
BB Seguridade (BBSE3): -1,36%
CPFL (CPFE3): -1,32%

Ibovespa: 2,06%, a 110.565 pontos

Nova York
Dow Jones: 0,47%, a 33.062 pontos
S&P 500: 0,99%, a 4.221 pontos
Nasdaq: 1,28%, a 13.101 pontos

Dólar: -1,31%, a R$ 5,0064

Petróleo
Brent: 2,34%, a US$ 74,30
WTI: 3%, a US$ 70,13

Minério de ferro: 5,77%, a US$ 104,48 por tonelada na bolsa de Dalian

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