Dia começa com goleada do minério de ferro: alta de 4%

Expectativa por mais reduções na política de Covid zero dão uma força para VALE3 e cia. EUA seguem empacados, à espera do payroll.

Por Alexandre Versignassi e Camila Barros
Você S/A


O governo chinês não é exatamente um baluarte da transparência, mas certas medidas e fatos deixam cada vez mais claro que a política de Covid zero não se sustentará por muito mais tempo. Os fatos:

1) A população não aguenta mais, como os protestos indicam. E não há linha dura que dê conta de 1,4 bilhão de insatisfeitos.

2) Um país de dimensões continentais não tem como se fechar completamente, menos ainda diante de variantes cada vez mais contagiosas, como as que têm surgido.

As medidas:

1) Já houve um certo relaxamento na política de Covid zero, há três semanas. Já falamos delas, mas vale relembrar aqui: Antes, qualquer cidadão que tivesse contato próximo com alguém diagnosticado com Covid tinha de ficar sete dias isolado em algum abrigo do governo, mais três em casa. Agora são cinco dias, mais os três em casa.
As autoridades não vão mais identificar, e exigir isolamento, de pessoas próximas a pessoas próximas de quem teve Covid (sim, vc não leu errado: eles buscavam as pessoas próximas de pessoas próximas
Quem passou por “zonas de alto risco” (cidades com mais contaminados que a média) não precisa mais ficar sete dias num abrigo do governo. Pode ficar em casa
Companhias aéreas não terão mais de pagar multas baseadas no número de infectados que trouxeram ao país.

2) O governo começa a levantar hospitais de campanha a toque de caixa. Isso indica mais relaxamentos no horizonte – já que, em caso de uma abertura maior, o número de casos irá mesmo explodir. Foram apenas 3 mortes por Covid a cada milhão de habitantes lá até agora, contra 426 na Nova Zelândia (que praticou um programa forte de isolamento), 3.193 nos EUA, 3.203 no Brasil e 6.384 no Peru (o lugar com mais mortes/habitante). Ou seja: o vírus pegará uma população virtualmente sem anticorpos.

3) A China desenvolveu uma vacina de mRNA (mesma tecnologia das da Pfizer e da Moderna) – mais eficaz que as de vírus inativado (como a Coronavac). Por uma questão de nacionalismo, o governo recusou-se a importar vacinas de mRNA. Agora, de acordo com o New York Times, fabricantes do Ocidente estariam mais próximos de fechar um acordo de fornecimento com as autoridades chinesas.

A expectativa de uma reabertura de fato da China, com vacinas mais eficazes, anima o mercado do minério de ferro. Novembro viu uma sequência de altas. Elas deram uma parada, mas agora voltam: +3,87% de alta nesta manhã na bolsa de Cingapura.

Como minério é sinônimo de Vale (e de suas primas nacionais da mineração/siderurgia), o dia começa bem para elas.

Payroll

O mercado americano amanheceu no zero a zero, como o S&P 500 marcando rigorosamente 0,00% às 8h15. Motivo: não há muito o que fazer até a divulgação do payroll, o relatório mensal de criação de novas vagas – dado mais importante sobre a saúde do mercado de trabalho americano.

A expectativa, apontada por um levantamento da Reuters, é a de uma redução para 200 mil novas vagas em novembro – ante 261 mil em outubro.

E aí é aquela história: se o dado vier bom (com a criação de mais vagas do que o esperado), a tendência é de queda nas bolsas, já que deixará o Fed mais solto para seguir seu aperto nos juros – já que é mais simples fazer isso numa economia que vai bem. Por outro lado, o compromisso de Powell com a redução no ritmo das altas traz mais segurança. Mesmo que o dado venham igual ou melhor que o de outubro, espera-se que o Fed não vá além dos 0,50 pp na reunião de dezembro – após quatro estocadas seguidas de 0,75 pp, em junho, julho, setembro e novembro.

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• Futuros S&P 500: 0,00%
• Futuros Nasdaq: 0,08%
• Futuros Dow: 0,04%
*às 8h15


• Índice europeu (EuroStoxx 50): 0,11%
• Bolsa de Londres (FTSE 100): -0,19%
• Bolsa de Frankfurt (Dax): 0,32%
• Bolsa de Paris (CAC): -0,04%*às 8h11


• Índice chinês CSI 300 (Xangai e Shenzhen): -0,61%
• Bolsa de Tóquio (Nikkei): 1,59%
• Hong Kong (Hang Seng): 0,33%


• Brent: 0,25%, a US$ 87,13 o barril
• Minério de ferro: 3,87%, a US$105,90 a tonelada, na bolsa de Cingapura
*às 7h08


EUA, 10h30 Divulgação do Payroll
14h Bancos fecham por conta de Brasil X Camarões


Positivo fora da prévia do Ibovespa

A B3 divulgou ontem a primeira prévia do Ibovespa para o período de janeiro a abril do ano que vem. Em relação à carteira atual, só houve uma mudança: saiu a Positivo (POSI3) e não entrou ninguém no lugar. Ou seja, o Ibovespa agora passa a ser composto por 91 ativos de 88 empresas.

As ações VALE3 são hoje os ativos de mais peso no índice, representando 15,38% do total. Depois vem as ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4), com 6,13%. Em seguida a Petrobras: PETR4 representa 5,98% do ibov, e PETR3, 5,23%. Para fechar o top 5, os papéis preferenciais do Bradesco (BBDC4), com 3,94%.


O que a FTX tem a ver com inteligência artificial

Sam Bankman-Fried é do tipo que acredita que um avanço imprudente da inteligência artificial levará a um futuro distópico. Por isso, durante seus anos de ouro à frente da FTX, o ex-executivo investiu pesado em estudos na área. Junto a colegas que compartilham da mesma crença, ele liderou rodadas de investimento para mais de 70 projetos ligados à IA (entre elas think tanks, laboratórios acadêmicos e pesquisadores individuais) – coisa que custou mais de US$ 530 milhões. Desde que a FTX faliu, o futuro dessas pesquisas é incerto. O New York Times discute como a derrocada de Bankman-Fried impactou o mundo da IA.

Por que existem metas de inflação?

Inflação é algo ruim. E ninguém traça metas para coisas ruins. Mas por que, então, o Banco Central TEM uma meta de inflação? É que inflação não é algo de todo ruim. É mais como vinho: nociva em grandes quantidades, mas bacana em doses moderadas. A Você S/A explica aqui.

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