Comitê de Bolsonaro vai 'turbinar' Michelle e PT aposta em voto útil na reta final

Por Andréia Sadi*
G1

Aliados do presidente veem as mulheres evangélicas como público alvo na campanha, enquanto o PT entende que ataques feitos pelo presidente contra as urnas em reunião com embaixadores leva eleitor médio a votar em Lula

Lula e Bolsonaro — Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo; Estevam Costa/PR

Após o Datafolha mostrar alta entre as mulheres e queda entre os homens, a campanha de Jair Bolsonaro (PL) vai turbinar a exposição da imagem da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. O objetivo – nas palavras de um aliado – é virar o voto da mulher pobre evangélica.

Segundo a pesquisa, Lula tem 47% da intenção de votos no 1º turno e Bolsonaro, 29%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

"É esse o foco. Não tem mais de onde tirar", afirma esse aliado.

A equipe da campanha de reeleição reforça a avaliação de que a reunião convocada por Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral brasileiro diante de embaixadores estrangeiros tirou o foco do público de onde deveria estar – o pacote de benefícios sociais autorizado pela chamada PEC Kamizake, que amplia o Auxílio Brasil às vésperas da eleição.

PT aposta em voto útil

No PT, a leitura é que o avanço de Lula entre homens é resultado de uma reação aos ataques de Bolsonaro à democracia. "O discurso autoritário, golpista, de incentivo à violência, e as reações contrárias, movimentaram setores médios para a candidatura Lula", afirma um aliado do ex-presidente.

O partido avalia ainda que o avanço de Bolsonaro entre as mulheres era esperado e que ainda deve ter algum crescimento quando os benefícios começarem a ser pagos. "É nítido uma movimentação no eleitorado por conta da repercussão das medidas relacionadas, principalmente a “PEC do Auxílio Brasil”, tomadas pelo governo Bolsonaro", diz esse aliado.

A análise é de que a movimentação, mesmo que ainda impacte pouco na pesquisa, se deve à PEC pelo fato da mulher se a chefe de boa parte das famílias brasileiras – ou por serem o arrimo ou por gerirem as contas da casa.

"Mas a agressividade jogou os setores médios, indecisos, para o Lula. Essa turma do Ciro, Simone Tebet e Janones vai nele. Na reta final terá voto útil", diz este aliado do ex-presidente.

Para o comitê de Lula, o auxílio pode ser o fato novo quando começar a ser pago, mas não a ponto de virar para Bolsonaro. Por isso, a estratégia do PT é tentar resolver a eleição no primeiro turno.

*Apresentadora do Estúdio I, na Globonews, comentarista de política da CBN e escrevo sobre os bastidores da política no g1

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