Petrobras reajusta gasolina em 18,77%, e preço dobra em pouco mais de um ano. Diesel sobe 24,9%

Aumento nas refinarias vale a partir desta sexta-feira. Estatal não reajustava preço dos combustíveis desde janeiro. Gás também vai subir

O Globo

Petrobras reajusta preços de gasolina, diesel e gás 
Foto: Isaac Fontana / Agência O Globo

RIO - Após 57 dias a Petrobras fará ajustes nos preços de gasolina e diesel nas refinarias, ou seja, para as distribuidoras a partir de amanhã. No caso da gasolina, a alta será de 18,77%, fazendo o preço mais que dobrar em pouco mais de uma ano. O GLP também vai subir, após 152 dias. Depois do anúncio, as ações da Petrobras sobem quase 4%, na contramão da Bolsa.

A partir de amanhã, o preço médio de venda da Petrobras nas refinarias será:
  • Gasolina: passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, avanço de 18,77%.
  • Diesel: passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, avanço de 24,9%.
  • GLP: passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por kg, equivalente a R$ 58,21 por 13kg, alta de 16,06%.
O preço na bomba deve avançar em percentuais menores, pois o valor final é composto também de tributos e margem das distribuidoras.

A Petrobras vinha sendo pressionada pelo governo a não elevar os preços, diante da escalada da cotação do petróleo com a guerra na Ucrânia, que encostou em US$ 140 no fim de semana passado. O governo estudava o congelamento de preços para evitar o impacto da alta dos combustíveis na população.

Em dezembro de 2020, a gasolina era vendida nas refinarias por R$ 1,83 o litro. Com a alta anunciada hoje, o preço mais que dobra em pouco mais de um ano, com impacto na inflação.


2008, ano de todos os recordes

Foto: Angus Mordant / Reuters

Em janeiro de 2008, o preço do barril superou a marca de US$ 100 pela primeira vez na história, devido às tensões geopolíticas no Irã, na Nigéria e no Paquistão. Tanto o Brent, referência no mercado europeu e no Brasil, como o WTI, referência nos EUA atingiram seu máximo histórico em 11 de julho: US$ 147,50 o barril do Brent e US$ 147,27 o do WTI.

2008: com falência do Lehman Brothers, preço despenca

Foto: Fábio Guimarães / Agência O Globo

Após a falência do banco americano Lehman Brothers, em setembro, e do início da crise financeira internacional, o preço começa a cair, já que os investidores precisam urgentemente de liquidez. Assim, em dezembro de 2008, o Brent já estava sendo negociado a US$ 36,20, e o WTI, a US$ 32,40.

Foto: Reuters- 2011 e a revolta no Egito

A barreira dos US$ 100 é novamente rompida em janeiro de 2011, pelo risco de os protestos da revolta no Egito e da Primavera Árabe se espalharem pelos países produtores de petróleo do Oriente Médio. O Egito não é um produtor essencial, mas integra importantes rotas de escoamento, tanto via Canal de Suez como via oleoduto Suez-Mediterrâneo.

2012, embargo do petróleo iraniano

Foto: Reprodução

Ano inicia com o barril acima de US$ 100, com as sanções impostas ao Irã, suspeito de usar seu programa nuclear para desenvolver armas nucleares. Em represália, o Irã ameaça interromper suas entregas para a Europa. Grande parte do petróleo dos países do Golfo transita pelo Estreito de Ormuz, passagem que o Irã ameaçava fechar.

De 2012 a 2014, tensões no Oriente Médio

Foto: Divulgação

O preço do petróleo bruto passa perto dos US$ 90, o barri,l em junho de 2012, em meio à crise econômica na zona do euro. Até 2014, os preços evoluíram quase continuamente próximo dos US$ 100, sustentados pelo endurecimento das sanções contra o Irã e pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, em particular, pelo conflito na Síria.

Monitoramento diário de preços

Em nota, a Petrobras disse que o movimento de reajustes "vai no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda".

A Refinaria de Mataripe, que pertencia à Petrobras foi privatizada recentemente, fez cinco reajustes desde janeiro e já estava vendendo diesel 35% mais caro que a estatal. A diferença de preço também levou a Ipiranga, uma das maiores distribuidoras do país, a controlar a venda do combustível.

Importadores de combustível vinham alertando que, se a estatal não reajustasse os preços, isso poderia causar desabastecimento.

Em nota a Petrobras afirmou que, apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, em decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a empresa "decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo".

"Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras", diz a empresa no comunicado.

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