Ministério Público rejeita intolerância e está preocupado com situação do País, diz Aras

A manifestação vem a público depois da ocorrência de uma série de protestos em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo

Rafael Moraes Moura, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O procurador-geral da República, Augusto Aras, e o presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), Fabiano Dallazen, informaram em nota obtida pelo Estadão/Broadcast que o Ministério Público rejeita a intolerância e está preocupado com a situação do País, mas que “cumprirá com os seus deveres constitucionais na salvaguarda da ordem jurídica que sustenta as instituições do País”.

“A estabilidade da nação depende do respeito à Constituição Federal por todos, especialmente pelos poderes constituídos”, diz a nota, assinada por Aras e Dallazen.

LEIA TAMBÉM


Procurador-geral da República, Augusto Aras 
Foto: Dida Sampaio/Estadão

“Nosso compromisso é com Estado Democrático de Direito e repudiamos atos que possam afetar o ambiente de normalidade institucional preservado desde a Lei Maior de 1988. Por isso, rejeitamos a intolerância, especialmente as fakes news que criam estados artificiais de animosidade entre as pessoas, causando comoção social em meio a uma calamidade pública, com riscos de trágicas consequências para a povo”, prossegue a manifestação.

De acordo com o procurador-geral da República e o presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais (CNPG), o Ministério Público brasileiro “está preocupado com este estado de coisas e cumprirá com os seus deveres constitucionais na salvaguarda da ordem jurídica que sustenta as instituições do País”.

A manifestação vem a público depois da ocorrência de uma série de protestos em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em Brasília, o grupo bolsonarista "300 pelo Brasil", liderado pela ativista Sara Winter, fez um protesto na noite do último sábado em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília. O grupo carregava tochas acesas, e algumas pessoas usavam máscaras de personagens de filmes de terror cobrindo todo o rosto.

Neste domingo, pela manhã, Bolsonaro participou de outro protesto, na Praça dos Três Poderes, com faixas contra o Supremo e a favor de uma intervenção militar.

Em São Paulo, um ato pró-democracia e antifascista organizado por grupos ligados a torcidas de futebol na Avenida Paulista terminou em confronto neste domingo, entre manifestantes e apoiadores de Bolsonaro e também com a Polícia Militar, que interveio e usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o início de uma briga em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp).

Pichação

Neste final de semana, um painel colocado no edifício-sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, foi alvo de pichação. Onde se lia “Procuradoria-Geral da República”, foi escrito “do Bolsonaro” em cima de “da República”, para que se leia “Procuradoria-Geral do Bolsonaro”. Após o episódio, a PGR informou que vai reforçar a segurança nas unidades do Ministério Público Federal (MPF) de todo o País.

O ato de vandalismo ocorre em meio às críticas à atuação de Aras, alvo de crescente pressão interna no MPF e de setores da oposição por, na visão deles, agir alinhado aos interesses do presidente Jair Bolsonaro.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Em novo caso de nudez, corredora sai pelada em Porto Alegre

'Chocante é o apoio à tortura de quem furta chocolate', diz advogado que acompanha jovem chicoteado

Foragido que fez cirurgia e mudou de identidade é preso comprando casa na praia