Jarbas Vasconcelos repudia atos contra ''os pilares democráticos'' do País

O pernambucano diz não ser uma surpresa ver Bolsonaro
 incentivando manifestações contra o Congresso

Jarbas Vasconcelos é senador pelo MDB de Pernambuco
Foto: Diego Nigro / Acervo JC Imagem

Cássio Oliveira
JC Online

O senador Jarbas Vasconcelos (MDB) disse ser preciso repudiar "com veemência" qualquer ato ou manifestação que atente contra os pilares democráticos do País. O pernambucano se referia à informação de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, repassou um vídeo convocando manifestações para o dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Infelizmente não me causa nenhuma surpresa ver o atual Presidente da República incentivar manifestações contra o Congresso Nacional e as instituições brasileiras, além de exaltar os tempos sombrios da ditadura. Lutamos muito para resgatar e defender nossa democracia por isso devemos repudiar com veemência qualquer ato ou manifestação que atente contra os pilares democráticos do nosso País", afirmou Jarbas por meio de nota à imprensa.

Bolsonaro teria enviado vídeos em grupos de WhatsApp que conclamam a população a ir às ruas no dia 15 de março protestar contra o STF e o Congresso. O ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) confirmou, ao jornal Folha de S. Paulo, ter recebido o vídeo do próprio presidente.




No vídeo, que tem duração de 1 minuto e meio, não há menção ao Congresso ou ao STF, mas são exibidas imagens de protestos realizados na época do impeachment de Dilma Roussef (PT), da posse de Bolsonaro e do momento em que ele levou uma facada durante sua campanha presidencial. A manifestação foi convocada por apoiadores do presidente após uma declaração do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) sobre uma "chantagem" que o Executivo estaria sofrendo por parte do Congresso.

Celso de Mello

Decano do STF, o ministro Celso de Mello enviou mensagem por escrito à Folha de S. Paulo sobre a convocação do presidente. Ele citou crime de responsabilidade e afirmou que, 'se confirmada', convocação de presidente contra o parlamento e Supremo demonstra 'visão indigna'.

Bolsonaro

O presidente da República utilizou do Twitter, na manhã desta quarta-feira (26), para se manifestar sobre o assunto. Na publicação, Bolsonaro alegou que as mensagens trocadas em seu WhatsApp são "de cunho pessoal" e que qualquer dedução "fora desse contexto são tentativas de tumultuar a República".


Tenho 35Mi de seguidores em minhas mídias sociais, c/ notícias não divulgadas por parte da imprensa tradicional. No Whatsapp, algumas dezenas de amigos onde trocamos mensagens de cunho pessoal. Qualquer ilação fora desse contexto são tentativas rasteiras de tumultuar a República.

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Rodrigo Maia

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu o respeito às instituições e à ordem democrática e afirmou que criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. 

"Criar tensão institucional não ajuda o País a evoluir. Somos nós, autoridades, que temos de dar o exemplo de respeito às instituições e à ordem constitucional. O Brasil precisa de paz e responsabilidade para progredir", postou Rodrigo Maia em suas redes sociais.

Maia defendeu ainda o diálogo para unir o País. "Só a democracia é capaz de absorver sem violência as diferenças da sociedade e unir a Nação pelo diálogo. Acima de tudo e de todos está o respeito às instituições democráticas", afirmou.

A reportagem não conseguiu contato com o líder do governo no Senado, o pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB).

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